SAFRA I: Paraná deve colher 21,5 milhões de toneladas de grãos

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As chuvas das últimas duas semanas sustentam estimativas de produção melhores que as lançadas no início da safra de verão. Apesar da preocupação inicial causada pela estiagem, houve condições para conclusão do plano de plantio e, agora, a previsão é de que a produtividade seja tão boa ou até melhor que a do ano passado. Esse quadro dá sustentação aos dados apurados pelos técnicos e jornalistas da Expedição Caminhos do Campo entre 16 de setembro e 15 de outubro. Na época, já se constatava que os preços em alta levariam o produtor a aproveitar cada palmo de sua propriedade. A equipe fez nova sondagem junto a produtores e cooperativas na última semana e constatou que, finalizado o plantio, as expectativas melhoraram.

Aumento de áreas - Os produtores confirmaram aumento de 1,71% na área da soja e de 3,8% na do milho, para 4 milhões e 1,35 milhão de hectares, em relação à safra anterior. A previsão de produção, no entanto, foi reajustada. A soja tem potencial para render 3,125 toneladas por hectare, alcançando12,5 milhões de toneladas, 500 mil (4,1%) a mais que a previsão lançada há dois meses. O milho deve chegar a 9 milhões de toneladas, com 6,660 toneladas por hectares, resultado 1,1% maior que o inicialmente previsto.

Produção - Em relação à safra passada, a soja cresce 4,5% e o milho, 3,4%. As duas principais culturas devem render juntas, 21,5 milhões de toneladas. Confirmada a previsão, será o maior resultado na história da soja e o segundo melhor desempenho no milho de verão. Com o rendimento dos outros grãos de verão - algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona -, soja e milho devem fazer a safra chegar a 22,2 milhões de toneladas. O número global não é recorde, mas mostra que a expectativa de retomada do agronegócio, com duas safras consecutivas de bom rendimento, tende a se concretizar.


Plantio encerrado - "O produtor conseguiu concluir o plantio da soja e do milho dentro dos prazos de zoneamento. Agora é torcer para que continue chovendo nos próximos meses", avalia o gerente técnico-econômico do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. O milho ainda precisa de duas chuvas de mais de 50 milímetros, bem distribuídas. Para a soja, são necessários mais quatro períodos de precipitações. "A ocorrência de veranico em janeiro pode nos trazer problemas."

Preço - Mesmo diante desses riscos, Turra considera que o potencial desta safra é para uma produção maior que a do ano passado. O otimismo no campo, avalia, vem também dos preços. O milho chegou à média de R$ 25 o saco de 60 quilos no estado, R$ 9 a mais por saco que na mesma época do ano passado; e a soja alcançou R$ 41, com alta de R$ 13 por saco no último ano, conforme preços pesquisados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab).

 

Clima de risco - O risco de falta de chuva até a colheita, em março, ainda é real, de acordo com os meteorologistas. Eles consideram que o fenômeno La Niña, que torna as precipitações irregulares, deve ter efeitos acentuados a partir de agora. As chuvas das duas últimas semanas seriam características da primavera. "As chuvas consideradas boas para a agricultura são, na verdade, irregulares, se formos observar o período entre as ocorrências e o volume. Temos períodos com bastante chuva e intervalos de dez dias de seca", afirma Marcelo Brauer, meteorologista do Simepar.

 

Chuvas abaixo da média - A previsão do instituto para o verão considera que as chuvas devem ficar pouco abaixo da média e que a irregularidade deve marcar o período. O meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que existem dados indicando seca durante a fase de crescimento do milho e da soja. O cereal está entrando no florescimento, sua fase mais sensível. (Gazeta do Povo)

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