FÓRUM FINANCEIRO II: Banco Central está atento às questões de ESG, diz chefe do Derpo
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“Choques climáticos e ambientais afetam preços e podem impactar a missão dos bancos centrais de manter a inflação baixa e o sistema financeiro sólido”, afirmou o chefe do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro (Derpo) do Banco Central do Brasil, Cláudio Filgueiras, durante palestra no Fórum Financeiro do Sistema Ocepar, realizado na sexta-feira (29/04), em Curitiba, na sede da entidade. Filgueira abordou o tema “A importância das práticas de ESG para a perenidade das organizações”. Segundo ele, há uma percepção crescente nos bancos centrais em todo o mundo sobre a necessidade de agir frente a questões que afetam o clima. “Evoluções regulatórias em grandes economias têm dado suporte ao crescimento do mercado de finanças sustentáveis”, disse.
Sustentabilidade - Filgueiras relatou que a rede de sustentabilidade NGFS (Central Banking and Supervisors Network for Greening the Financial System) já conta com 114 bancos centrais engajados, entre eles o Banco Central do Brasil. “Em 2017, eram apenas oito. Alguns países estão avançando também na questão das finanças sustentáveis. Daqui a alguns anos vamos descobrir quais os melhores caminhos. A percepção crescente é quanto à necessidade de agir, pois se demorarmos, pode ser tarde”, afirmou.
Eventos climáticos - De acordo com o executivo, o BC está atento às questões que afetam o meio ambiente, a governança e as práticas sociais, itens que abrangem o conceito de ESG. Entre as consequências mais diretas está a mudança climática, que tem impacto significativo nas variáveis econômicas para a construção da política monetária, com efeitos sobre os preços de alimentos, energia, riscos hídricos, entre outros. “Entre 2010 e 2019, os prejuízos à economia brasileira causados por eventos climáticos extremos – alagamentos, enxurradas, inundações, granizo, estiagens e secas – foram de R$ 168,2 bilhões”, frisou.
Proagro - Outro dado que revela as consequências de uma maior decorrência de eventos climáticos extremos, segundo Filgueiras, é o aumento crescente dos pagamentos do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). “No ano de 2017, foram feitos R$ 465 milhões em pagamentos. Em 2021, os pagamentos chegaram a R$ 2,4 bilhões. Neste ano de 2022, o montante de pagamentos deverá chegar a R$ 4,5 bilhões somente no primeiro semestre”, afirmou.
Apresentação - Clique aqui e confira a apresentação de Cláudio Filgueiras.