FÓRUM DE MERCADO II: Rodrigues defende “estratégia integral” para a expansão da agropecuária

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“O agronegócio pode ampliar sua participação no mercado global, gerando mais renda e empregos no Brasil. Mas, para que isso aconteça, é necessário que o setor atue para que o país tenha uma estratégia integral, abrangendo infraestrutura e logística, política de renda, diversificação de produtos exportáveis e investimentos em inovação e tecnologia”, afirmou Roberto Rodrigues, durante a palestra que deu início à programação do Fórum de Mercado, na tarde de quinta-feira (17/11), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba. Coordenador do Centro de Agronegócio na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), e embaixador especial da FAO para as cooperativas, Rodrigues ressaltou a importância da sustentabilidade, além da sanidade, rastreabilidade e certificação, diante de uma economia que caminha para ser verde e exigirá a descarbonização das atividades. “A oportunidade está oferecida ao Brasil, mas temos que conquistá-la”, disse.

Desenvolvimento - Ex-ministro da Agricultura (de 2003 a 2006), Rodrigues defendeu o que chamou de “quadrilátero da renda no campo”, um conjunto de medidas estratégicas para o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. “Tecnologia, seguro, crédito e preços de garantia, ações que considero fundamentais para expansão do setor”, observou. Na outra ponta, ele defendeu uma atuação rígida no cumprimento do Código Florestal e outras legislações, visando combater os desmatamentos e incêndios criminosos na Amazônia, assim como as invasões e grilagens de terras. “São problemas que precisam ser resolvidos e para isso é só cumprir a lei”, afirmou. 

Eficiência - Rodrigues lembrou dos indicadores da agropecuária, que demonstram, segundo ele, a capacidade de trabalho e a eficiência dos produtores. “Em 2000, as exportações do agronegócio brasileiro foram de 20,6 bilhões; em 2022, os embarques deverão passar de US$ 140 bilhões”, comparou. O ex-ministro observou que as novas gerações estão se voltando para a atividade, o que traz boas perspectivas ao setor. “Temos muitos jovens competentes e preparados trabalhando na agricultura. Nenhum país tem as condições que o Brasil possui: terra, gente e tecnologia”, disse.

Cooperativismo - O líder cooperativista afirmou que o rural e o urbano são como “gêmeos siameses”, e esse contexto traz oportunidades ao cooperativismo. “Isso coloca as cooperativas diante de um papel central, com um potencial extraordinário, pois elas têm a magia de serem urbanas e rurais, atuando em diversos setores, agro, crédito, saúde, entre outros, por meio de um modelo de negócios que responde aos desafios de um mundo em transformação”, ressaltou.

FOTOS: Cassiano Rosário

 

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