COCAMAR: Para Paolinelli, Nobel deve ser dado ao setor

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“A indicação ao Prêmio Nobel da Paz, como desejam alguns amigos, é um reconhecimento que deve ser prestado primeiramente aos produtores rurais brasileiros, aos técnicos, pesquisadores e empresas do setor. Eu sou apenas o seu representante, com muito orgulho.” Assim reagiu o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, durante a 16ª Jornada do Ciclo de Debates Cocamar promovida no final da tarde de quinta-feira (22/04) pela cooperativa em transmissão ao vivo, ao comentar sobre o fato de seu nome ter sido apresentado para concorrer àquela premiação.

Energia - Paolinelli disse ainda que “aos 84 anos, se inspira na força e na energia dos mais jovens para continuar trabalhando pela agricultura brasileira”.

Precursor - Ao discorrer sobre o tema “Evolução da Agricultura Tropical e Sustentável”, a respeito da qual é o precursor no país, o ex-ministro – atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e do Instituto Fórum do Futuro – debateu com o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, e o gerente executivo técnico, Renato Watanabe.

Incentivo - Lourenço disse que Paolinelli “é um antigo amigo da Cocamar”, cooperativa que o recepcionou em diversas oportunidades quando ocupou o Ministério e também após esse período. E destacou que em 1974, numa reunião com seus dirigentes, o então ministro conclamou que fossem menos modestos para que a Cocamar participasse efetivamente da economia nacional, passando a incentivar a instalação do parque industrial da cooperativa.

Visão de futuro - Por sua vez, Watanabe comentou sobre a visão do ministro (no cargo de 1974 a 1979) em investir na correção dos solos ácidos e de baixa fertilidade dos cerrados, implantando uma agricultura altamente produtiva a partir, também, da tecnologia do plantio direto, iniciada por produtores paranaenses.

ILPF - “Com isso, tornou-se possível fazer agricultura no Brasil durante o ano todo”, asseverou o gerente executivo, ressaltando ainda que a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), igualmente incentivada por Paolinelli, reúne todas as tecnologias. “O Brasil se transformou de país importador de alimentos a um dos maiores produtores do mundo, alimentando 1,5 bilhão de pessoas, 20% da população mundial”, frisou.

Dependência - “A agricultura estava muito desorganizada e não abastecia o país”, explicou Paolinelli, ao citar que 30% dos alimentos consumidos pela população brasileira tinham que ser adquiridos no exterior.

Referência - “Fomos buscar capacidade técnica e científica e o país desenvolveu uma agricultura tropical que hoje é referência para o mundo.” Com a recuperação biológica dos solos dos cerrados, disse, estes demonstraram ser tão competitivos quanto os mais férteis das principais regiões produtoras.

Embrapa e biológicos - O ex-ministro ressaltou que o Brasil tem na Embrapa “a maior empresa de pesquisa de agricultura tropical do mundo”, mas a instituição precisa de apoio governamental para prosseguir com suas atividades. E disse também acreditar na competência brasileira em produzir insumos biológicos para livrar o país “da escandalosa dependência da importação de fertilizantes químicos”.

Sustentável - Sobre a ILPF, ele comentou que esse sistema inovador “vai aproveitar pastos degradados que são abundantes pelo país para produzir grãos, carnes, leite e também madeira de uma forma sustentável, sem desmatar”. E que se investirem em irrigação, os produtores poderão ter três safras dentro de um mesmo ano.

Noroeste - Lourenço mencionou que a transgenia propiciou um avanço considerável em termos de expansão de áreas pela agricultura, devido a praticidade que oferece, ao destacar o potencial dos solos arenosos do noroeste paranaense. São 1,7 milhão de hectares de pastos nessa região, em grande parte degradados. A respeito disso, Watanabe pontuou que a Cocamar já conta, ali, com cerca de 200 mil hectares de sistemas integrados.

Conhecimento - “Estamos agora na fase da microbiologia”, lembrou Paolinelli, enfatizando que a iniciativa privada tem feito pesquisa por conta própria, sendo essa uma área que demanda muito conhecimento. E disse que no pós-pandemia os países ricos vão dar preferência a alimentos mais saudáveis, algo que o Brasil tem condições de oferecer.

Agradecimento - Falando de sua confiança no país, o ex-ministro fez, ao final da transmissão, um agradecimento à Cocamar, “pelo que tive oportunidade de conhecer. Algumas vezes em que estive na cooperativa, participando de assembleias lotadas, me emocionei e não contive as lágrimas. Sou, também, um homem de sentimentos”.

Participantes - A transmissão no canal da cooperativa no Youtube foi acompanhada por cerca de 130 participantes, entre cooperados, técnicos e lideranças de várias regiões do país. (Imprensa Cocamar)

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