AGRO: Cooperados da Cocamar assinam termo de cooperação do programa de créditos de carbono

O que começou com um estudo para um projeto de Lean Seis Sigma há cerca de um ano na Cocamar, propondo um novo negócio para pagamento por serviços ambientais (PSA) e, com isso, possibilitar mais renda e sustentabilidade aos cooperados, mostrou a possibilidade de ganhos financeiros com o mercado de crédito de carbono.

Redução de emissões - Tal mercado surgiu com a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC), no Rio de Janeiro, durante a ECO-1992, mas só cinco anos depois, em 1997, foi estabelecido o Protocolo de Quioto determinando que os países signatários assumissem o compromisso para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para isso, o Protocolo deveria reunir 55% dos países que representassem 55% das emissões globais de GEE.

Ações concretas - Na Cocamar, o projeto foi criado com o objetivo de estimular ações concretas de mitigações de GEE e em sintonia com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º C até 2030, estipulada no Acordo de Paris em 2015, de maneira a promover ações para estimular práticas sustentáveis na produção agrícola.

As práticas - São elas: o incentivo à Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF), melhorias nos sistemas de plantio direto, uso de biológicos, redução de adubações nitrogenadas e pastagens rotacionadas, além de apoiar o uso de energia limpa e renovável, bem como a preservação dos recursos naturais.

CO2 - Para entender um pouco do crédito de carbono, entende-se que uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) que deixa de ser emitida, corresponde a um crédito de carbono e é este que pode ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão de outros gases que são geradores de efeito estufa, como o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) também podem ser convertidos em créditos de carbono, utilizando-se para isso o conceito de carbono equivalente.

Consultoria - Assim, para dar início ao projeto, a Cocamar contratou uma consultoria especializada, a Regrow, que irá implementar a metodologia conhecida como MRV, necessária para mensurar/monitorar, relatar e verificar o processo sobre as emissões de carbono que podem estar relacionadas a critérios de mitigação ou adaptação às mudanças climáticas.

Certificação - Isto será necessário para posterior submissão de documentos descritivos a instituições de certificação como Verra, Gold Standard e Social Carbon, que atestam a geração de créditos de carbono. A partir de então, estes poderão ser comercializados no mercado voluntário, gerando uma renda extra ao produtor.

Termo - A fase piloto avançou quando alguns cooperados residentes em municípios do Paraná participaram da primeira fase, firmando um Termo de Compromisso com o projeto. São eles: Ari Andreoni e Milton Martinez, de Tapira; André Garcia e João Garcia Vilhegas, de São Jorge do Ivaí; Cesar Luiz Velline, de Jardim Olinda; e Valdenir Seidel, representando a Fazenda Colab, de Altônia.

Primeiro ciclo - De acordo com o Departamento Técnico da Cocamar, o primeiro ciclo do projeto poderá durar de 3 a 5 anos até que ocorram as primeiras gerações dos créditos aos produtores. O prazo não constitui empecilho para que os produtores acreditem no mesmo, pois, como comentaram, o compromisso deles é manter ou adicionar boas práticas de manejo que além de assegurar oportunidades de uma renda extra, têm como benefícios maiores o aumento da produtividade e da sustentabilidade de sua produção.

Critérios - O projeto poderá ser estendido aos demais cooperados interessados, observando-se alguns critérios para participação, sendo o principal deles o comprometimento com as boas práticas para a produção sustentável, e exigindo-se, como quesito básico, o cumprimento da legislação ambiental.

Metodologia - O Seis Sigma, descrito no primeiro parágrafo, é uma metodologia que busca reduzir a variabilidade nos processos produtivos. Dessa forma é possível aumentar a qualidade do produto e evitar desperdícios durante a sua produção. (Assessoria de Imprensa Cocamar)