POLÍTICA AGRÍCOLA: União ainda gasta mal orçamento da agricultura, diz pesquisa

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Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), coordenado pelo Ministério da Agricultura, apontou que a União ainda gasta mal o dinheiro do orçamento destinado à agricultura e ao desenvolvimento agrário. Após analisar dados orçamentários das últimas décadas, os pesquisadores concluíram que apesar da profissionalização dos gastos públicos - as despesas agrícolas caíram de R$ 32,4 bilhões a R$ 12 bilhões (63%) entre 1987 e 2005 - muitas despesas ainda se concentraram nas políticas de curto prazo. Entre elas, as de sustentação de preços e de renegociação de dívidas agrícolas.

Conseqüências - Só nos últimos cinco anos, o Tesouro Nacional gastou quase R$ 17 bilhões com o endividamento rural, quantia maior que as despesas do ano passado (R$ 12 bilhões) feitas nas áreas agrícolas e de reforma agrária. Políticas econômicas equivocadas do passado também são apontadas pelos especialistas como um dos motivos do mal uso do recurso público. “Esse gasto pesado, que foi necessário devido à situação ruim na agricultura, pode ser evitado na medida em que se tenha outras políticas para evitar quedas de preços, como um seguro rural, por exemplo”, explicou o coordenador da pesquisa, José Garcia Gasques. Segundo ele, se as políticas de longo prazo não forem priorizadas, como pesquisas, sanidade animal e vegetal, fiscalização e vigilância sanitária, a produtividade na agricultura tende a cair a ponto de tirar a competitividade do Brasil no mercado internacional. De acordo com o estudo, a concentração dos gastos em políticas de longo prazo, cujos resultados demoram anos para aparecer, foi de R$ 540 milhões no ano passado - apenas 1,5% das despesas totais. Considerando os dados de 2000, os gastos com defesa sanitária animal e vegetal caíram 33% e 32%, respectivamente. (Agência RBS)

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