O exemplo que vem das Araucárias da Agência Meios por Joel Santos Guimarães e Paula Quental

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Crescimento com responsabilidade social. O que virou moda nos dias de hoje já faz parte do cotidiano das cooperativas paranaenses, que há pelo menos três décadas desenvolvem ações que refletem diretamente na melhoria do bem-estar dos cooperados, familiares e funcionários, beneficiando cerca de um milhão de pessoas. Foram os programas de conservação de solo e das matas ciliares desenvolvidos pelas cooperativas agrícolas do estado que permitiram que o Paraná recuperasse 100% de suas bacias hidrográficas. Eles serviram de modelo para o Programa Nacional de Conservação de Solo (PNCS) do governo federal. Este ano estão programados, entre outros, investimentos da ordem de R$ 2,1 milhões em programas de combate à poluição, ou seja, no controle e na modernização dos secadores das cooperativas agrícolas. As áreas de saúde e educação (bolsas de estudos, planos de saúde, odontológicos e convênios hospitalares) foram contemplados com R$ 4,5 milhões. Outros R$ 4,1 milhões estão sendo aplicados pelas cooperativas no desenvolvimento de pesquisas de novas fontes de energia. Os programas de conservação e proteção do meio ambiente receberam recursos de R$ 11,1 milhões.

Prioridade absoluta - Responsabilidade social, portanto, é prioridade nas ações das 193 cooperativas que fazem parte da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). São 245 mil cooperados e 33.945 funcionários diretos. O relatório Balanço Social da Ocepar de 2001 revela, por exemplo, que as cooperativas do estado – que responde por 25% da produção nacional de grãos – aplicaram naquele ano R$ 1,1 bilhão, o que corresponde a 14,4% de sua receita líquida, em projetos sociais da área educacional, saúde, lazer e meio ambiente. Ou seja, fora da ação eminentemente econômica. No ano passado, as cooperativas geraram 2.298 novos empregos diretos. Além disso, os cooperados tiveram uma renda adicional de R$ 258,4 milhões, correspondente a distribuição dos resultados.

Diferencial - Para o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, a opção pelo social é um diferencial importante, que distingue o sistema cooperativista de outras empresas mercantis. Isto porque o homem e seu bem-estar, no caso os cooperados e os funcionários das cooperativas, são considerados prioritários na estratégia de desenvolvimento e crescimento do Sistema Ocepar. Afinal, lembra Koslovski, a promoção integral do ser humano é o objetivo final do movimento cooperativista e três dos seus sete princípios pregam claramente a educação, formação, informação, intercooperação e interesse pela comunidade. Para 2003, a previsão é de que os projetos sociais e assistenciais das cooperativas receberão recursos da ordem de R$ 2 bilhões. O presidente do Sistema Ocepar não esconde o seu orgulho pelo crescimento econômico das cooperativas de seu estado, principalmente porque elas estão mostrando na prática que é possível crescer com responsabilidade social.

Os resultados - De fato, no ano passado, as cooperativas paranaenses faturam R$ 10 bilhões, o que representa um crescimento de 25% em relação a 2001. A previsão é de que o Sistema Ocepar feche 2003 com um faturamento próximo a R$ 13 bilhões. Para isso, investiram no ano passado R$ 300 milhões nos setores de carnes, armazenagem e recebimento de grãos, lácteos, industrialização de soja e em logística de distribuição de produtos. As 64 cooperativas agrícolas que fazem parte do Sistema Ocepar estão ampliando suas unidades industriais, o que significa agregar valor à produção de seus associados. Para 2003, as cooperativas agrícolas irão investir R$ 350 milhões no desenvolvimento agroindustrial. Essas cooperativas contam com 87.384 associados e respondem por 50% da economia agrícola do estado, embora mais de 70% de seus cooperados sejam pequenos proprietários rurais. É crescente também a participação das cooperativas paranaenses no comércio internacional. No ano passado, elas exportaram o equivalente a US$ 650 milhões, o que corresponde a 11,5% do total das exportações do Paraná. As vendas do complexo soja, carnes, milho e açúcar foram responsáveis pela maior parte dessa receita.

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