SUCROALCOOLEIRO I: Unica aprova medição de emissões mas lamenta metodologia equivocada

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Ao mesmo tempo que aprova a idéia de se estabelecer índices de avaliação de emissões de veículos automotores, algo que a entidade vem defendendo há anos, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) lamenta profundamente a forma como a primeira tentativa de se atingir esse objetivo foi conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente. Ao invés de produzir dados precisos, que ajudem o consumidor no momento de adquirir um automóvel, a divulgação feita pelo Ministério serviu principalmente para confundir.

Resultados diferentes - "Fossem os dados compilados de forma completa, incluindo-se dados de gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SO2) e partículas, o ranking produzido pelo Ibama apresentaria resultados muito diferentes, particularmente no tocante a carros utilizando o etanol," afirma o presidente da Única, Marcos Jank. Para ele, um conjunto de erros e omissões na elaboração da metodologia afeta negativamente o resultado do trabalho do Ministério. "É decepcionante constatar que quando finalmente surge um indicador, que é o que desejamos, as emissões de dióxido de carbono (CO2) ficam de fora, ignorando a existência de grandes esforços mundiais para desenvolver e adotar os chamados combustíveis de baixo carbono. Assim, o principal responsável pelo aquecimento global ficou de fora," afirmou.

Reconhecimento - A ausência do CO2 também nega o reconhecimento mundial que o Brasil vem recebendo, por ter no etanol uma ótima opção de combustível de baixo carbono, em uso desde os anos 70. "Isso nega o reconhecimento por entidades globais do porte da Agência Internacional de Energia, que afirmam que a produção e o uso do etanol brasileiro de cana reduz as emissões de CO2 em até 90%, comparado com a gasolina, algo que não foi devidamente destacado pelo Ministério," frisa Jank.

Carro flex - Segundo o presidente da Unica, na forma como foram apresentados, os resultados comprometem não só a imagem do etanol mas a do próprio carro flex, ambos promovidos frequentemente pelo Brasil em outros países como medidas importantes para a redução de emissões e a luta contra o aquecimento global. "Fica difícil entender como o próprio país onde o carro flex é um sucesso e o etanol já é mais utilizado do que a gasolina chega à conclusão que tanto faz usar etanol ou gasolina. Assim, ao invés de valorizar uma importante vantagem brasileira na busca por combustíveis menos poluentes, o Ministério do Meio Ambiente age de forma atabalhoada e imprecisa e prejudica esforços de décadas," frisou o presidente da Unica. Jank conclui que se trata de um verdadeiro tiro no pé, que desafia estudos sérios de entidades globais com credibilidade a toda prova, sem falar na própria experiência brasileira desde o lançamento do Proálcool em 1975.

Índices fundamentais - Em manifestações ao longo dos anos a favor da criação de índices de sustentabilidade que avaliem as emissões de veículos, a Unica sempre destacou que tais índices seriam fundamentais não apenas para o consumidor, mas também no processo de reconhecimento global do etanol brasileiro e da solução representada pelo carro flex. Avaliações completas e bem construídas seriam também essenciais para melhorar a qualidade ambiental dos automóveis comercializados no Brasil. Com avaliações consistentes, a Unica entende que a indústria automobilística teria um estímulo a mais para melhorar o desempenho de automóveis que utilizam o etanol.

Etanol - "Nossos carros flex, que já respondem por mais de 90% das vendas de carros leves, ainda vem com motores a gasolina adaptados para funcionar também com etanol, o que diminui a eficiência desses veículos quando operados com etanol. A vasta maioria dos compradores de carros flex usa etanol, e o etanol já é mais consumido do que a gasolina no Brasil. Falta, portanto, uma mensuração correta das emissões, para que as montadoras reconheçam essa realidade e otimizem seus carros para o etanol e não para a gasolina. Assim, estariam atendendo às reais necessidades dos consumidores," frisou o presidente da Unica.

Forma incompleta - A Unica lamenta a forma incompleta como esse trabalho foi produzido pelo Ministério, e ainda deseja ver no país um método completo e preciso de mensuração de emissões, mas não pode apoiar algo feito sem critério, com metodologia confusa e incompleta e que não incorpore importantes emissões, particularmente as de CO2. A Unica sugere uma revisão imediata da metodologia que levou aos resultados divulgados, e já solicitou audiência com o Ministro Carlos Minc para expor de forma detalhada suas preocupações. (Imprensa Unica)

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