VISITA: Intercooperação traz lideranças do Ceará ao Paraná
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Um grupo de 12 lideranças cooperativistas, dirigentes de sindicatos rurais e do governo do Ceará, acompanhado de João Nicédio Alves Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE, foi recebido, na manhã desta segunda-feira (22/05), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, pelo presidente José Roberto Ricken, pelos superintendentes, Robson Mafioletti, da Ocepar, Nelson Costa, da Fecoopar, e Leonardo Boesche, do Sescoop/PR, e gestores da organização. Como convidados especiais, participaram da visita o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, e o presidente do Conseleite Paraná, Ronei Volpi.
Ocepar - Ricken falou sobre o cooperativismo paranaense e o papel do Sistema Ocepar no planejamento de ações que apoiam o desenvolvimento dos sete ramos cooperativos no Estado. “Estamos próximo de concluir o Plano Paraná Cooperativo, o PRC200, planejamento estratégico do cooperativismo, que foi amplamente debatido com as 223 cooperativas. São mais de 20 projetos estruturantes que atendem as principais demandas do setor. Este planejamento contribuiu de forma direta para que, no ano passado, o sistema atingisse uma movimentação financeira de 186,1 bilhões de reais, US$ 7,5 bilhões em exportações. Nossas cooperativas reúnem 3,1 milhões de cooperados e geram 135 mil empregos diretos. Hoje, 48/% das receitas são geradas pelas mais de 120 agroindústrias cooperativas. Precisamos cada vez mais agregar valor à produção primária e gerar renda e emprego”, frisou o dirigente. Ricken também ressaltou aos participantes que, no setor de lácteos, “as cooperativas vinculadas ao Sistema Ocepar são responsáveis por 35% do total da produção no Paraná, recebem 3 bilhões de litros por ano. As cooperativas agropecuárias paranaenses são ainda responsáveis por 70% da soja, 62% do milho, 55% do trigo, 56% do suíno, 44% do frango e 30% do peixe produzido no
Estado”.
Seab - Também falaram ao grupo, o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Noberto Ortigara e Ronei Volpi presidente do Conseleite Paraná e integrante da Câmara Setorial do Leite no Ministério da Agricultura (Mapa). Ortigara ressaltou a importância de realizar este intercâmbio entre as cooperativas do Ceará e do Paraná. “Hoje, vocês ainda terão a oportunidade de conhecer uma das mais importantes bacias leiteiras do Brasil, nos Campos Gerais, onde estão localizadas as cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal”, frisou. O secretário ressaltou a importância da capacitação constante dos produtores do setor através de importantes iniciativas do Sescoop/PR, Senar e do IDR/PR, “especialmente para que os pequenos possam se desenvolver. Ações conjuntas e muito bem coordenadas, fruto de muitas décadas de atuação de entidades como a Ocepar, Faep e a Fetaep”, destacou.
Conseleite - Já Ronei Volpi, um dos fundadores, em 2002, e atual presidente do Conseleite Paraná, falou sobre o funcionamento do conselho, um dos primeiros a serem criados no Brasil e que hoje muitos estados adotaram. “Com este conselho, conseguimos reunir dados dos produtores, da indústria e aplicar uma metodologia para criar regras para o setor no mercado de leite dentro do Paraná, evitando que o setor sucumbisse às concorrências de fora”. Ronei ressaltou o importante papel realizado pelo ex-presidente da Ocepar, OCB e do Sindicato das Indústrias de Leite do Paraná (Sindileite), Wilson Thiesen, em apoiar a ideia e ter sido presidente também do Conseleite. “Temos apenas dois sócios no conselho, que são a Faep e o Sindileite, sem a figura do governo. Assim, podemos estabelecer valores de referência para balizar o preço do leite no Estado. Faltavam parâmetros para a formação de preços, hoje não mais”, frisou. Volpi afirmou que “mais da metade dos produtores de leite já deixaram a atividade, devido à idade, sucessão, falta de políticas públicas, entre outros fatores.” Em contrapartida – acrescentou ele - existem milhares de produtores fazendo grandes investimentos no setor. “Vocês irão conhecer o melhor sistema de pagamento, que é o Pool do Leite das cooperativas holandesas, que reduziu os conflitos do passado. A legislação exige uma análise por mês do leite produzido. Já com o Pool, realizamos quatro análises, todas realizadas pelo laboratório da APCBRH. Das 12 análises, se descarta a melhor e a pior. Considero o melhor sistema que existe”, frisou Ronei.
OCB/CE - Para o presidente da OCB Ceará, “já foram inúmeras as comitivas de cooperativistas que já trouxemos ao Paraná, para conhecer o cooperativismo modelo que aqui é realizado. Desta vez, além de dirigentes de cooperativas de leite, camarão e outras, estamos trazendo também lideranças de sindicatos rurais e do governo, para que possam levar para nosso estado, experiência exitosas que iremos poder conhecer nesses quatro dias de imersão, com todo suporte da cooperativa de turismo aqui do Estado, a Cooptur”, disse João Nicédio.
Faec - Para o presidente da Faec, “todo intercâmbio é importante e, nesta visita, desejamos aprender um pouco mais sobre a atuação das cooperativas paranaenses. Sempre ouvimos falar da força que elas representam na economia e na geração de riquezas, por isso, conhecê-las de perto, visitar suas indústrias, será fundamental para podermos trocar informações e ver o que podemos levar para nosso estado”, acrescentou. Segundo Amilcar Silveira, “no Ceará são poucas as cooperativas que atuam no agronegócio e, nesta parceria com a OCB e os sindicatos, queremos ver as melhores experiências e quem sabe levar para lá o modelo aqui adotado, especialmente na agroindústria. Cooperativismo agroindustrializado e mercado justo é que queremos no Ceará “destacou.
Agronegócio - Quem também integra o grupo do Ceará é Silvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio do Governo do Estado. “Fomos provocados pelo Nicédio para conhecer mais o cooperativismo aqui no Paraná. Hoje tivemos excelentes palestras sobre o cooperativismo e agronegócio, com as falas do secretário Ortigara e do Ronei Volpi, do Conseleite. Foram muitas informações importantes, que, com certeza, farão diferença para nossa atuação no Ceará. Vejo no cooperativismo uma saída que temos para organizar melhor algumas cadeias produtivas no Nordeste, especialmente no Ceará, na área da pesca, aquicultura, no agronegócio como um todo. Estou com muita expectativa para ver na prática, a partir de hoje, nas visitas que faremos em diversa cooperativas aqui no Paraná”, frisou.