VISITA I: Deputado Kielse discute impactos do pedágio na Ocepar

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O impacto do pedágio na produção e na economia paranaense foi o tema discutido pelo deputado estadual Cleiton Kielse com o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, na tarde desta segunda-feira (06/08), em reunião ocorrida na sede da organização, em Curitiba. “Nós não podemos deixar que continuem esses desmandos que ocorrem em relação aos valores extremamente absurdos nos preços das tarifas, à falta da duplicação e de obras de infraestrutura que essas empresas deveriam já ter executado há muitos anos”, disse o parlamentar. 

Arrecadação x investimento - Kielse lembrou que, logo que as rodovias paranaenses foram pedagiadas, a tarifa custava, em média, R$ 1,50 e atualmente o valor mais barato gira em torno de R$7,50. Por outro lado, ele destaca que a frota de carros no Paraná era de 1,8 milhão, na época da primeira licitação feita no Estado, e deve chegar a seis milhões de veículos até o final desse ano. Segundo o deputado, as concessionárias ganharam com a melhora da economia, estão arrecadando muito e investindo pouco em melhorias. “As concessionárias vão fechar até o final do ano uma arrecadação global de R$ 20 bilhões, se forem contabilizados os valores desde 1998. Com esse dinheiro, nós poderíamos ter, no mínimo, de seis a sete pistas paralelas às existentes em todo o Anel de Integração, sendo que as que já existiam foram construídas com dinheiro público. Isto é, elas não fizeram 10% do que deveriam ter feito, duplicaram somente 110 quilômetros, e investiram apenas o equivalente a 15% de toda a arrecadação. Se forem descontados os impostos, os gastos com funcionários e o montante aplicado nas duplicações, essas empresas obtiveram uma renda líquida de quase R$ 15 bilhões. Existe negócio mais lucrativo que esse?”, questionou.

Aditivo – Kielse destacou ainda os prejuízos causados pelo termo aditivo feito nos contrato com as concessionárias, em 2000. “Nós tivemos um aditivo que foi um crime lesa pátria pois retirou da licitação 487 quilômetros das obras de duplicações mais caras, justamente nas rodovias que têm o maior número de mortalidade no Estado. Um dano irreversível. A situação se agravou ainda mais em 2012, com a postergação das obras que deveriam ter sido iniciadas em 2007 e foram adiadas para 2014”, frisou.

Mortes – O deputado lembrou que este ano já ocorreram 400 mortes no estado do Paraná em rodovias pedagiadas.  “Esse número é um absurdo. Nos Estados Unidos, numa rodovia com a mesma distância e linha de produtividade de transporte de cargas, a média de mortalidade por ano é de 32 pessoas, ou seja, nós estamos com o índice de mortalidade vinte vezes maior que nos Estados Unidos, sendo que naquele país, as tarifas de pedágio custam menos que um quarto do preço daqui e as rodovias possuem entrada e saída para todos os pontos estratégicos das estradas.”

Mobilização – Para reverter essa situação, Kielse defende que sejam suspensas as parcerias com as atuais concessionárias e a realizada licitação para contratação de novas empresas, caso não haja uma diminuição das tarifas e as obras previstas nos contratos não sejam executadas. “Se não houver uma redução de, no mínimo, 60 a 70% no valor real das tarifas e a execução das obras que são devidas aos paranaenses, nós não temos o que conversar com essas concessionárias que trabalham de uma maneira extremamente difícil, nefasta e de forma que custa o preço da vida de milhares de pessoas que, pelos números que nós levantamos, deve chegar de 1996 até 2012, a quase cinco mil pessoas mortas dentro das rodovias pedagiadas no Estado”, completou.

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