Viagem de imersão
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Nesta edição do informe publicamos a 4ª reportagem produzida pelos profissionais da imprensa que participaram da viagem de imersão durante o Fórum de Jornalistas e Comunicadores das Cooperativas do Paraná, realizado nos dias 28 e 29, em Campo Mourão. A reportagem que publicamos a seguir foi produzida pela jornalista Mirian Gasparin, do jornal “Gazeta do Povo”. Indústria de óleo de soja do estado trabalha com capacidade total Apesar da quebra na safra de soja, que no Paraná chegou a atingir 24,8% da produção em relação ao ano passado, a produção de óleo de soja no estado não diminuiu. Muito pelo contrário, as empresas esmagadoras do grão estão trabalhando a pleno vapor, em três turnos, com capacidade máxima, não se importando com a queda nos preços da soja em grão – que teve reflexos no valor do produto industrializado. Em relação a 2004, no mercado interno, o preço médio por tonelada do óleo de soja caiu 30,8%, passando de R$ 1.812 para R$ 1.253. No exterior, a queda foi menor e se situou em 12,7%, com a tonelada do óleo de soja sendo comercializada, em média, a US$ 480. Preços - Para o consumidor, os preços do óleo também tiveram queda, mas não na mesma proporção daquela sentida na indústria. Em julho, os supermercados de Curitiba reduziram o preço do litro de óleo de soja em 3,81%. De janeiro a julho a queda foi de 11,68% e em 12 meses houve redução de 23,48%.O Paraná é o estado brasileiro com maior capacidade de processamento de soja, detendo 24,1% do mercado nacional, o que representa mais de 12 milhões de toneladas. No refino de óleo de soja, o Paraná só perde para São Paulo e abocanha uma fatia de 16,2%, ou 3 mil toneladas do produto ao dia. Já na capacidade de enlatamento de óleo de soja, o Paraná possui 10% do mercado brasileiro, ficando atrás de São Paulo (30,3%), Goiás (14,7%) e Rio Grande do Sul (12,6%). Estimativas - De acordo com estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove), o Brasil deve produzir 5,5 milhões de toneladas de óleo bruto e refinado de soja em 2005, o que representará um crescimento de 2,8%. Do total de óleo de soja produzido no país, 3,1 milhões de toneladas se destinarão ao mercado interno e 2,4 milhões de toneladas para outros países, mantendo os níveis verificados em 2004. A Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, que está entre as cinco principais marcas de óleo de soja do Brasil – com 15% do mercado paranaense e 6% do nacional – está trabalhando com capacidade plena e também fabrica produto para a Coamo, de Campo Mourão. Segundo o superintendente comercial e industrial da Cocamar, Celso Carlos dos Santos Júnior, a cooperativa está produzindo 500 mil caixas mensais de óleo de soja, o equivalente a 44 mil toneladas mensais. Produção - Outras 50 mil caixas de óleo de soja são produzidas para atender às encomendas da Coamo. Segundo Celso Júnior, o consumo de óleo de soja aumenta nos momentos de crise. "Com a redução do poder aquisitivo o consumidor substitui os óleos de milho, girassol ou canola pelo de soja, que é mais barato", destaca. Quanto à produção de óleo de soja para a Coamo, ele explica que se trata de uma operação vantajosa, já que, além de garantir a capacidade máxima da fábrica, oferece retorno financeiro garantido, independente da oscilação de preços.Para a safra 2005/2006, a Abiove projeta uma receita bem menor com as exportações do complexo soja, refletindo a queda nos valores internacionais de grão, farelo e óleo e prevendo US$ 8,88 bilhões na venda dos produtos. (Gazeta do Povo) |