Viagem de imersão
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Nesta edição do informe publicamos a 2ª reportagem produzida pelos profissionais da imprensa que participaram da viagem de imersão durante o Fórum de Jornalistas e Comunicadores das Cooperativas do Paraná, realizado nos dias 28 e 29, em Campo Mourão. A reportagem que publicamos a seguir, foi produzida pela jornalista Marli Lima, do jornal “Valor Econômico”. Paranaenses
pedem mais por soja convencional Tendência - Para a safra 2005/06 a Coamo está disponibilizando 150 mil sacas de sementes transgênicas aos cooperados. Os diretores do grupo acreditam que 20% da área da cooperativa - que tem 19 mil cooperados no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - serão cultivadas com grãos transgênicos. Gallassini disse que o adicional a ser exigido dos compradores ainda depende, em parte, dos royalties que serão cobrados dos produtores de transgênicos. Se fosse fixado um adicional de 20%, por exemplo, 15% ficariam com o agricultor e 5% com a cooperativa, para cobrir gastos com segregação. Mesmo que essa diferença seja maior, o presidente da Coamo afirmou que a tendência é de que, em dois anos, 95% da soja brasileira seja transgênica. Segregação dos grãos - Na Cocamar, de Maringá, os diretores também estão na expectativa de que a soja convencional e seus derivados sejam negociados por preços superiores, principalmente a partir de 2006. Em 2004/05, a região ocupada por seus 7 mil cooperados tinha pouca soja transgênica, mas para 2005/06 a expectativa é de que 15% da área seja ocupada por sementes geneticamente modificadas. Assim, a cooperativa receberá tais grãos, mas vai segregá-los. "O óleo de soja convencional começa a dar sinais de que vai se valorizar", disse Celso Carlos dos Santos Júnior, superintendente comercial e industrial da Cocamar. Segundo ele, derivados como lecitina de soja (usada na fabricação de chocolate, por exemplo) já estão mais caros. A Cocamar, afirmou, está preparada segregar os grãos, mas a tarefa ficará complicada quando a produção ficar meio a meio. Não adesão - Na Cooperativa Agrária Mista Entre Rios, de Guarapuava, a prometida redução no custo de produção ainda não animou muitos produtores a optarem pela soja transgênica. Arnaldo Stock, diretor financeiro do grupo, disse que 2,3% das lavouras dos cerca de 500 associados receberão semente modificada em 2005/06, mas esses grãos não serão industrializados. Stock também crê que é hora de cobrar mais pelo grão convencional. "Quando pedíamos mais, os clientes perguntavam o motivo, já que no Brasil só era permitido plantar convencional". Para ele, a divisão do mercado seguirá a seguinte fórmula nos próximos anos: 1% para a soja orgânica, 10% para a convencional e o restante para a transgênica. Diversificação – As cooperativas do Paraná estão adaptando seus planejamentos estratégicos e fazendo parcerias para obter novas receitas em meio à crise no campo, provocada por preços baixos nos grãos, seca e desvalorização do dólar. A Cocamar engavetou projetos como a ampliação da unidade de sucos e a entrada na área de frangos, mas quer crescer no varejo e fabricará mais produtos a base de soja, com um iogurte, para concorrer com o Ades Yofresh, da Unilever. “Vamos completar nosso potencial de industrialização com o parque que já temos. Para outros investimentos teríamos de partir do zero”, disse o superintendente comercial e industrial, Celso Carlos dos Santos Júnior. Farináceos e vinagre de álcool estão entre as grandes novidades previstas para os mercados de são Paulo e do Sul. Além disso, a fabrica de ração será ampliada, e a Cocamar fará farinha de trigo para em moinho de terceiros. Do faturamento da Cocamar, que chegou a R$ 1,15 bilhão em 2004, apenas 15% é obtido em produtos não industrializados. Parceria e investimento - A Coamo, que faturou R$ 3,96 bilhões no ano passado, negocia um contrato de fabricação de margarina para uma grande empresa de alimento do país, que ainda não atua no setor. Segundo o superintendente industrial Germano Ottmann, o acordo poderá ser fechado nos próximos dias. Fornecedora de malte para as maiores cervejarias do país, a Agrária, que faturou R$ 758 milhões em 2004, planeja investir R$ 80 milhões para ampliar a produção de 135 mil toneladas por ano para 200 mil toneladas. O diretor financeiro Arnaldo Stock disse que, de cada seis a sete cervejas feitas no país, uma leva o malte da cooperativa. A Agrária faz 18% do malte usado no Brasil. Stock disse que negocia com o BNDES financiamento de R$ 65 milhões para levar adiante o projeto, que demorará 18 meses para ser concluído. (Valor Econômico) |