UE impõe condições para reduzir tarifas agrícolas

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A União Européia não fará concessões na redução das tarifas agrícolas nas negociações de comércio mundial se não houver ofertas significativas de outros países, disse o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, neste domingo. Mandelson também acusou o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, de "se arriscar" em seu pedido neste fim de semana por mais reformas de amplo alcance na Política Comum Agrícola da Europa (CAP, da sigla em inglês) para ajudar a quebrar o impasse nas negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC). Ministros de 148 países se reunirão em uma Conferência da OMC em Hong Kong este mês mas os impasses, principalmente sobre agricultura, reduziram as esperanças de um acordo para reformular o comércio mundial.

Ofertas sérias - Questionado se a oferta da UE para reduzir tarifas sobre bens agrícolas era final, Mandelson afirmou: "Algo teria que mudar nesta rodada e outras pessoas teriam que colocar ofertas sérias na mesa em outros setores das negociações para que avançássemos além do que estamos propondo na agricultura. Jonathan Dimbleby disse ao programa da ITV que “não haverá um acordo final em Hong Kong nem haverá os dois terços de um acordo que originalmente gostaríamos em Hong Kong". No sábado, o ministro britânico alertou a UE e os Estados Unidos a avançarem no corte dos subsídios agrícolas para conseguir um acordo sobre a reforma do comércio mundial. Brown falava em um encontro de ministros das Finanças do Grupo dos Sete países mais industrializados do mundo (G7).

Concessões do Brasil e Índia - No mesmo encontro, o ministro Antonio Palocci e o ministro da Índia ofereceram concessões em bens industriais e serviços para quebrar o impasse, mas disseram que os países desenvolvidos precisam pelo menos equiparar as ações. Mandelson disse que a remoção das tarifas pode prejudicar as nações em desenvolvimento mais pobres que dependem delas para assegurar acesso ao mercado a seus produtos. No encontro de Hong Kong, inicialmente os países deveriam chegar ao esboço de um acordo sobre a reforma do comércio mundial, incluindo reduzir subsídios e abrir mercados. Mas uma data para eliminação dos subsídios de exportações agrícolas não deve surgir em Hong Kong como alguns esperavam. No entanto, ministros da UE, Japão, Brasil, Índia e Austrália concordaram em Genebra no sábado em preparar o terreno para uma ação como essa ao estabelecerem o fim de fevereiro como prazo final para completar o trabalho técnico. (Folha Online).

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