Trigo: paralisação do mercado preocupa Ocepar
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Atendendo a um pedido do governo federal, produtores e cooperativas decidiram apostar novamente na produção de trigo. O resultado é que neste ano de 2003, a safra brasileira do cereal deverá alcançar 5,1 milhões de toneladas. Somente no Paraná, maior produtor, a expectativa é de uma colheita da ordem de 2,6 milhões de toneladas, 70% a mais que 2002. Só que mais uma vez, todo este empenho e dedicação do setor produtivo em busca da auto-suficiência, corre sérios riscos de nova frustração, devido ao fato da comercialização do produto estar praticamente paralisada. Preocupada com esta situação, a Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, encaminhou nesta quinta-feira (9), correspondência ao Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao Secretário de Estado da Agricultura, Orlando Pessuti e aos deputados federais, Waldemir Moka, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Moacir Micheletto, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo e Márcio Lopes de Freitas, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), pedindo interferência urgente para que os triticultores não venham mais uma vez ser prejudicados. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski lembra que tanto os produtores e as cooperativas, de imediato atenderam o apelo do Governo Federal para que atingíssemos a quase auto-suficiência do produto e decidiram nesta safra, acreditar e aumentar a área de plantio. "Agora, os produtores reclamam pelo fato dos moinhos oferecerem preços menores que a paridade com o trigo importado da Argentina. As cooperativas estão fora do mercado, não fixando preço aos seus cooperados, afinal, não tem para quem repassar o produto. Por isso, solicitamos a interferência do ministério e também da Seab para que esta situação não se agrave ainda mais, produzindo desestimulo aos produtores. O setor reivindica mecanismos de apoio à comercialização", destaca Koslovski. Entre as
reivindicações apresentadas pela entidade estão: Segundo Koslovski, "da forma que a situação está o Brasil perde divisas e os produtores definitivamente deixarão de plantar trigo e assim ajudar o País atingir a tão almejada auto-suficiência deste importante cereal", alerta. A Ocepar também solicita que o Ministério da Agricultura convoque para a próxima semana uma reunião de emergência, onde representantes das cooperativas, dos produtores e dos moinhos e governo busquem mecanismos para viabilizar a comercialização. O Comitê
Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior
(Camex) deverá se reunir nesta quinta-feira (9), para avaliar o
pedido do Ministério da Agricultura para que o Brasil recorra ao
Sistema de Solução de Controvérsia do Mercosul contra
as alíquotas diferenciadas do Imposto de Exportação
para trigo, farinha de trigo e pré-mistura à panificação
adotadas pela Argentina em abril de 2002. Esta reunião deverá
acontecer no Uruguai. |