Trigo: Entidades vão à Brasília pedir agilidade para a comercialização

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A Ocepar, Faep e a Secretaria da Agricultura do Paraná e demais entidades ligadas ao setor, preocupadas com a situação dos produtores de trigo paranaenses que, após produzirem uma de suas melhores safras sofrem com a falta de recursos para a comercialização devido ao desinteresse pelo seu produto, com ofertas de preços abaixo do mínimo e dos custos de produção, estão solicitando ao Governo Federal a adoção de medidas urgentes no sentido de evitar que se concretize um retrocesso de área plantada na próxima safra do cereal.

“O produtor está desestimulado e isto poderá trazer conseqüências no próximo plantio. Hoje, passados mais de 90 dias do início da colheita, ainda existem pelo menos 1,5 milhão de toneladas de trigo nas mãos das cooperativas e dos produtores”, alerta João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar, que nesta terça-feira (15), participa, em conjunto com demais entidades que representam a cadeia do trigo nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de uma audiência com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, quando na oportunidade farão uma explanação sobre as dificuldades na comercialização e entregarão um documento com sugestões de política para a safra 2004/2005.

Grande parte da safra se concretizou através de financiamentos bancários e as parcelas destes empréstimos venceram ou estão por vencer e o produtor precisa honrar com estes compromissos, sendo que para isto precisa comercializar seu produto a um preço que cubra pelo menos seu custo de produção. Como a maior parte destes recursos foram tomados junto ao Banco do Brasil, até a presente data o banco estava prorrogando as parcelas de custeio o que não mais acontecerá. Atendendo uma recomendação superior, o banco está propondo aos triticultores que transformem suas dívidas numa CPR. Acontece que os juros dos empréstimo rural é de 8,75 ao ano, enquanto que da CPR são juros de mercado o que inviabiliza a atividade. Pela Lei de Garantia de Preço Mínimos, o governo tem obrigação de garantir que o produtor receba, pelo menos, o preço mínimo por sua produção o que não está acontecendo. Hoje, o preço mínimo é de R$ 400,00 a tonelada e o preço de mercado é de R$ 350,00 a tonelada e ainda não tem comprador.

Koslovski ressalta que mesmo com as diversas providências tomadas pelo governo, como por exemplo, a retomada dos Leilões Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), direcionado mais para o Rio Grande do Sul, recursos para AGF, Contratos de Opção, LEC entre outros, “não foram suficientes para diminuir o desconforto no setor. Expressamos esta nossa preocupação ao Ministro Roberto Rodrigues, por ocasião da inauguração do novo frigorífico da Copagril, no dia 28 último, em Marechal Cândido Rondon. Pedimos a ele que o governo disponibilize todos os mecanismos necessários para que o restante da safra venha ser comercializada e que os produtores não se sintam arrependidos por mais uma vez terem atendido ao apelo de produzir para que o País fosse auto-suficiente no produto”, salientou.

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