SUÍNOS

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A Gazeta Mercantil de hoje, dá um destaque especial à suinocultura brasileira, diante da perspectiva da abertura do mercado internacional à carne brasileira, devido a declaração de área livre da peste suína clássica. Dentre as matérias publicadas pelo jornal destaca-se artigo assinado pelo Presidente João Paulo Koslovski, o qual reproduzimos a seguir:

?A hora e a vez da suinocultura?.

João Paulo Koslovski (*)

Com a recente declaração pelo Ministério da Agricultura de reconhecer como área livre da peste suína clássica as regiões sul, sudeste, centro-oeste, mais os estados da Bahia e Sergipe, contemplando assim 87% do rebanho de suínos do Brasil, hoje em torno de 38,3 milhões de cabeças, podemos afirmar com toda certeza de que esta é uma das mais importantes conquistas para o setor nos últimos anos.

O Paraná, além de ser o segundo maior produtor, com um rebanho de aproximadamente 4,3 milhões de cabeças, tem como principal vantagem o fato de ser também o maior produtor de milho e soja, matérias-primas indispensáveis na fabricação de ração. Contamos ainda com agroindústrias modernas, em plenas condições de expandir rapidamente a atividade em outras regiões, posicionando-nos no mercado internacional como um grande exportador de carne suína.

Possuímos mais de 126 mil propriedades rurais que tem como uma de suas principais atividades a suinocultura, responsável pela geração de aproximadamente 800 mil empregos diretos e indiretos, o setor movimenta somente no Paraná cerca de R$ 1,5 bilhão por ano.

Nosso parque industrial tem uma capacidade instalada para abate de 2,8 mil cabeças por hora, superior às necessidades atuais. Estão instaladas aqui em nosso estado, três das cinco principais empresas de abate de suínos do país, entre as quais a Sudcoop, cooperativa central que congrega quatro singulares filiadas e abate atualmente cerca de 1.500 cabeças de suínos por dia, podendo nos próximos três anos passar abater diariamente 2.300 cabeças.

A certificação da erradicação da doença representa o fim de uma barreira fitossanitária que restringia a entrada de carne suína brasileira a importantes mercados consumidores como a Europa, Japão e Rússia. Com a conquista do reconhecimento de área livre, alguns reflexos já podem ser sentidos, como o novo acordo sanitário entre Brasil e Itália, o qual deverá ser discutido nesta semana em Roma, e provavelmente irá permitir a entrada da carne suína brasileira naquele país.

O abate de suínos no Brasil é de 24,6 milhões de cabeças por ano, com uma produção de l,926 milhão de toneladas. O consumo interno gira em torno de 1,806 milhão toneladas, ou seja, 10,9 quilogramas por habitante/ano. As exportações no ano passado foram de 120 mil toneladas.

O potencial de crescimento da suinocultura brasileira é grande, pois comparando o consumo per capita brasileiro que é de 10,9 quilogramas por habitante/ano, com o de outros países, verifica-se que o consumo interno ainda é muito baixo, vejamos alguns países: Dinamarca 64,3; Espanha 55,8; Alemanha 53; Hong-Kong 49; China 35,6; Itália 34,9; Estados Unidos 30,2 e Japão 16,5, denota-se que existe um grande potencial de crescimento tanto para o consumo interno como para exportação.

Portanto, é chegada a hora e a vez da suinocultura brasileira ser reconhecida internacionalmente, conquista esta que somente foi possível graças a um importante trabalho realizado pelas entidades representativas, produtores e governo, que através de uma ação integrada durante vários anos, acabou culminando com este merecido reconhecimento.

(*) Presidente da Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná?

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