Suinocultores pedem linha de crédito para projetos ambientais
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A Câmara Setorial do Milho, Sorgo, Aves e Suínos aprovou na quarta-feira (21/02) a proposta de criação de uma linha de crédito para investimento em obras que diminuam o impacto ambiental de dejetos oriundos de criatórios de suínos. A proposta segue agora para a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que posteriormente submeterá o documento ao Conselho Monetário Nacional. A nota sugere a criação de uma linha de crédito a juro zero e prazo de amortização de até 10 anos para que produtores invistam em ações de correção ambiental sem comprometer a capacidade de pagamento. Além da falta de retorno econômico no curto prazo, a estreita margem operacional, que caracteriza a matriz econômica da suinocultura, é também fator decisivo, pois inibe os investimentos em processos e equipamentos, comprometendo o custeio das tarefas ambientais, acumulando, ao mesmo tempo, passivos ambientais difíceis de serem resolvidos – justifica o texto do documento.
Manejo - A nota técnica faz também um alerta sobre o risco de contaminação do solo, dos mananciais naturais de água, do ar e da saúde da população em virtude do crescimento da emissão de dejetos resultantes da criação industrial de porcos. De acordo com o documento elaborado pelo Ministério da Agricultura, MMA, MDA e MDIC, os problemas oriundos do manejo incorreto dos dejetos de suínos têm sido apontados como limitador das exportações do produto e, se não resolvido, poderá se tornar uma barreira “técnico/ambiental” às exportações brasileiras. Em 2005 a Região Sul foi a principal produtora nacional de carne suína, seguida na ordem das Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A estimativa para 2006 é que este ranking seja mantido, onde os Estados de maior produção são: SC, RS, PR, MG, SP, GO, MT e MS. A partir de levantamento realizado em 2005 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) calcula-se que o Brasil tenha um rebanho de 2,3 milhões matrizes; destes, 1,4 milhão de animais fazem parte do rebanho industrial. O volume de abate anual pode ser um bom indicador para o rebanho total, correspondendo a cerca de 34 milhões de cabeças, sendo 28 milhões do rebanho industrial. (Zero Hora).