conseguiram, pela segunda semana consecutiva, superar a relutância francesa para pôr fim aos incentivos concedidos aos agricultores para a produção excedente, uma prática que força a redução dos preços mundiais. Muitos governos da UE, como os da Espanha e da Itália, também reclamaram dos aspectos do projeto do acordo, disse na semana passada um porta-voz da Comissão Européia (CE). A CE, órgão executivo da UE, quer mudanças para abrandar as críticas feitas pelos parceiros comerciais do bloco, como por exemplo os Estados Unidos, Austrália e Brasil, de que a política de subsídios agrícolas distorce o mercado internacional de commodities. Os ministros da Agricultura da UE vão se encontrar novamente quarta-feira, em Luxemburgo, para continuar as negociações. A Organização Mundial de Comércio (OMC) realizará reunião com os seus 146 governos membros em Cancun, no México, em setembro, porque tenta reanimar as conversações antes do prazo de 2005. A CE está propondo único subsídio independentemente do que os produtores cultivem e uma redução na compensação concedida aos produtos não vendidos.
Franceses beneficiados - Até agora os 650 mil agricultores são os maiores beneficiários do programa de subsídios da UE, no valor de € 42 bilhões, conhecido como Política Agrícola Comum (PAC). Eles têm se oposto ao plano. "É uma luta renhida", afirmou em Genebra, Pascal Lamy, comissário do Comércio Exterior europeu. A CE quer uma "reforma importante da PAC porque precisamos que nosso próprio sistema seja sustentável. Cada vez que o reformamos, o tornamos mais favorável ao comércio exterior. É isso que quero que ocorra", disse. Por meio das mudanças, a CE, com sede em Bruxelas, quer classificar tanto quanto possível os subsídios da UE para que haja poucos, ou não causem efeitos distorcivos sobre o comércio exterior, segundo as normas da OMC.