SOJA III: Fundamentos sustentarão preços ao longo de 2009

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Mais do que em anos anteriores, a sazonalidade da soja terá um efeito negativo sobre os preços da oleaginosa no primeiro trimestre de 2009. Diante da falta de crédito e das incertezas sobre a economia mundial, as tradings reduziram as compras antecipadas e irão fechar a maior parte dos negócios no mercado à vista, quando a safra estiver colhida e a oferta da oleaginosa for maior, motivo esse para pressionar ainda mais os preços.

Venda antecipada - Levantamentos das principais consultorias do setor indicam que a comercialização antecipada de soja está muito inferior ao volume negociado no mesmo período do ano passado e também à média dos anos anteriores. Dados da Céleres Consultoria, por exemplo, mostram que apenas 22% da safra nacional já foi comprometida. No mesmo período do ano passado, 35% da safra havia sido negociada, enquanto na média dos últimos cinco anos para meados de dezembro o percentual de venda é de 32%.

Preocupação - Em números, o levantamento da consultoria indica que foram negociadas 12,9 milhões das 58,8 milhões de toneladas que o Brasil deve colher na safra 2008/09. No mesmo período do ano passado, o volume foi de 21 milhões de toneladas. Se a diferença entre a comercialização das duas safras se mantiver até o início da colheita haverá 8 milhões de toneladas a mais no mercado, o que pode depreciar as cotações no início do ano. Essa, inclusive, é uma preocupação do próprio governo. Recentemente, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o Poder Executivo vai apoiar a comercialização e usar as ferramentas disponíveis para manter os preços e aproveitar para recompor os estoques públicos. "Temos dois meses para sentir como o mercado ficará. Sabemos que as empresas não formarão estoques nem comprarão antecipadamente e por isso estudamos a opção de comprar produtos dos produtores e financiar o capital de giro das cooperativas", disse Stephanes.
Estabilidade - Apesar da chance de haver uma pressão sobre os preços durante a colheita da safra, as expectativas do mercado são de estabilidade nas cotações ao longo do ano, com a possibilidade de recuperação do mercado. Por enquanto, os preços domésticos estão praticamente nos mesmos patamares do ano passado, depois de terem alcançado seu pico no mês de junho. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a saca de soja está sendo negociada ao redor de R$ 44,00, com um preço médio para dezembro de R$ 45,77 por saca, segundo o indicador Esalq. Esse valor é 4,5% inferior à média de dezembro do ano passado e a menor média mensal de 2008. Para alguns analistas, pode haver uma queda nos preços no início de 2009, mas a tendência é de alta, com o mercado encontrando suporte nos fundamentos existentes. (Folha de Londrina)

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