SOJA II: Declaração de Macron demonstra “desespero” em relação ao desenvolvimento do agro brasileiro, diz FPA

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

 

soja ii 14 01 2021A Frente Parlamentar da Agropecuária emitiu nesta quarta-feira (13/01) uma nota dizendo que acompanhou com “profundo constrangimento” as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, em que associa a agricultura brasileira aos crimes de desmatamento ilegal, “sem nenhum dado oficial que comprove tal ilação, a não ser nosso recorde de exportação que alcançou mais de US$ 100 bilhões em 2020.“ Segundo a FPA, “a França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano, com novas tecnologias e uma agricultura de precisão que garante duas safras/ano, responsável pelo aumento robusto de nossa produtividade ao longo dos últimos 40 anos, a um custo diferenciado para abastecimento interno e do mundo todo.”  

 

Utopia - Os parlamentares encerram a declaração questionando a capacidade francesa de reduzir as importações de soja e produzir parte de sua demanda. “A produção atual dos franceses é de 200.000 t/ano irrigada e a um custo alto, ou seja, apenas 5% da demanda. Para atender, seria necessário plantar cerca de 2 milhões de hectares. Basta saber quem vai liberar essa terra toda e o impacto ambiental disto. Um discurso para atender eleitores não pode ser utópico ao ponto de não ser alcançada a autossuficiência. Para a França alcançar o patamar brasileiro, teria que conquistar novos territórios ou colônias, o que a modernidade e a civilidade não permitem mais”, conclui a FPA. 

 

Nota - Confira a íntegra da nota da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne deputados federais e senadores brasileiros em favor do setor produtivo. A declaração é assinada pelo deputado federal Alceu Moreira, presidente da FPA. 

A Frente Parlamentar da Agropecuária acompanhou com profundo constrangimento as declarações de terça-feira (12/01) do presidente francês, Emmanuel Macron, em que associa a agricultura brasileira aos crimes de desmatamento ilegal, sem nenhum dado oficial que comprove tal ilação, a não ser nosso recorde de exportação que alcançou mais de US$ 100 bilhões em 2020.

 

A França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano, com novas tecnologias e uma agricultura de precisão que garante duas safras/ano, responsável pelo aumento robusto de nossa produtividade ao longo dos últimos 40 anos, a um custo diferenciado para abastecimento interno e do mundo todo.

 

Somos uma potência agrícola por vocação e possuímos uma área de 66,3% de vegetação protegida e preservada. Dessas, 20,5% estão em imóveis rurais. De todo o território nacional, utiliza-se apenas 7,8% para lavouras e florestas plantadas. E quais são os números de ocupação de solo na França?

 

Alertamos que a política interna da França não pode colocar em xeque outra Nação e a legalidade de nossas políticas públicas para a agricultura como um todo. Atualmente, apenas 10% da soja brasileira é produzida no bioma Amazônico, sem contar que toda a produção está dissociada de qualquer processo de desmatamento desde 2008.

 

Por último, é preciso entender e considerar que, em números redondos, a União Europeia importa cerca de R$ 13 milhões toneladas/ano, das quais 5 milhões vão para a França. A produção atual dos franceses é de 200.000 t/ano irrigada e a um custo alto, ou seja, apenas 5% da demanda. Para atender, seria necessário plantar cerca de 2 milhões de hectares. Basta saber quem vai liberar essa terra toda e o impacto ambiental disto. Um discurso para atender eleitores não pode ser utópico ao ponto de não ser alcançada a autossuficiência.

 

Não aceitaremos acusações deste tipo. O Brasil é um grande exportador mundial de alimentos, um dos maiores responsáveis pelo abastecimento alimentar no mundo e ocuparemos nosso lugar, independente das guerras comerciais em franco desenvolvimento na França. Somos sustentáveis, cumprimos regras sanitárias e ambientais mais rígidas do que os países competidores e estamos alcançando um padrão de qualidade nunca visto antes, sem aumentar nossa área de plantio. Para a França alcançar o patamar brasileiro, teria que conquistar novos territórios ou colônias, o que a modernidade e a civilidade não permitem mais.” (Frente Parlamentar da Agropecuária)

Conteúdos Relacionados