SOJA I: Novo comitê foca produtividade do grão
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Será apresentado no dia 20 deste mês, durante congresso em Goiânia, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), criado por empresas e institutos de pesquisa do segmento com o objetivo de incentivar o aumento da produtividade das lavouras do grão no país. A meta traçada não é fácil. Para o CESB, o sojicultor brasileiro tem potencial para elevar sua produtividade média em 50% sem ampliar a área plantada. A tarefa é espinhosa não apenas pelo elevado percentual identificado, mas, sobretudo, porque as lavouras do país já estão entre as mais produtivas do mundo.
Problemas - "Mesmo assim, temos muitos produtores no país, inclusive grandes, para os quais falta alguma coisa", afirma Eltje Jan Loman Filho, presidente da nova entidade e gerente-geral da Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária - instituição de pesquisa criada em 1984 no Paraná pelas cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal.
Membros fundadores - Além da Fundação ABC, são membros fundadores do CESB profissionais de Esalq, Rabobank, IFC, Fundação MT, Embrapa Soja, Aprosoja, Syngenta, Cargill, Celeres, Sementes Adriana, SNP e Universidade Federal de Santa Maria. Celeres e SNP são consultorias.
Novas tecnologias - Loman argumenta que as novas tecnologias desenvolvidas para elevar a produtividade das plantações muitas vezes demoram a chegar aos produtores, e que o CESB pode facilitar sua difusão. Para desenvolver ações nesse sentido, o comitê, que não tem fins lucrativos, contará com orçamento com fonte e valor ainda indefinidos. Em muitos casos, lembra o executivo, as novas tecnologias podem maximizar o uso de insumos como sementes, fertilizantes e defensivos acredita que em muitos. Além disso, afirma, em geral é preciso melhorar os serviços de assistência técnica nas lavouras, seja a do próprio sojicultor ou das empresas prestadoras desse serviço ou de insumos."É possível melhorar os sistemas de manejo integrado de pragas e doenças e os sistemas de monitoramento, por exemplo".
Bons olhos - Dois especialistas consultados pelo Valor veem a iniciativa com bons olhos, mas concordam que o desafio não é pequeno, por causa do tamanho do país, dos diferentes perfis de produtores e, principalmente, pelo já elevado nível de profissionalismo e tecnificação presente na produção brasileira de soja em geral. No próximo dia 20, quando for apresentado em Goiânia, o CESB pretende lançar o "Programa Nacional Máxima Produtividade de Soja" para a safra 2009/10. Neste, até a velha pressão pela expansão de crédito rural no país será incentivada.
Contexto - Conforme a Conab, a produtividade média das lavouras de soja do país deverá alcançar 2.661 quilos por hectare nesta safra 2008/09, que está em fase final de colheita, ante 2.816 quilos por hectare em 2007/08. Grande parte da queda pode ser explicada pelo menor uso de fertilizantes, que na época da semeadura, quando a crise financeira global se aprofundou e travou o crédito, ainda estavam com os preços em alta nos mercados externo e interno. (Valor Econômico)