SOJA I: Consumo mundial manterá crescimento na próxima safra

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Apesar de operadores e investidores estarem preocupados com futuro da demanda mundial, inclusive de soja, as perspectivas para o consumo da oleaginosa são otimistas. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o consumo mundial de soja na safra 2008/09, seja para produção de ração ou processamento, será recorde e terá um crescimento de 1,7% sobre o ano anterior. A expectativa do USDA é de que sejam consumidas 233,96 milhões de toneladas ante os 229,96 milhões de 2007/08

Consumo global - Do consumo mundial, apenas a China irá processar 41,47 milhões de toneladas, ou seja, sozinho, o país asiático irá consumir quase 18% do total. Na prática, é o aumento na demanda chinesa que ainda sustentará o crescimento do consumo global, pelo menos até a próxima safra. O consumo chinês, aliás, também terá um importante impacto para o comércio internacional da oleaginosa, já que China ainda tem uma forte dependência das importações de soja. De tudo aquilo que o país vai processar na safra 2008/09, quase 87% virá a partir de compras dos principais fornecedores, especialmente Estados Unidos, Brasil e Argentina.

Crescimento - Sobre esses fornecedores, a América do Sul irá ampliar sua participação nas exportações mundiais, retirando ainda mais o espaço dos Estados Unidos. Juntos, Brasil e Argentina irão dominar na próxima safra 52,3% das exportações globais, ampliando ainda mais a fatia da região, que na safra 2007/08 detinha 49,5%. Os Estados Unidos, por sua vez, terá uma nova queda em sua participação. As exportações americanas, que representaram 39,8% do total na safra passada, devem cair para 35,6% nesta safra.

Argentina - Diferente do que possa parecer, o aumento das exportações da América do Sul não se deve ao desempenho brasileiro, mas sim, aos bons resultados obtidos pela Argentina nos últimos anos. Há dez anos, as exportações argentinas eram de apenas 4,1 milhões de toneladas e representava modestos 9% do total das exportações. No mesmo período, o Brasil exportava 11,7 milhões de toneladas, quase três vezes mais que a Argentina e detinha sozinho 25,8% do mercado. Na safra 2008/09, os argentinos devem exportar 15,3 milhões de toneladas e tomar 19,6% das exportações globais. Já o Brasil, vai embarcar para o mercado externo 25,4 milhões de toneladas e ficar com 32,7% do mercado. Na prática, enquanto os embarques brasileiros foram multiplicados por 2,2 vezes na última década, as exportações argentinas foram cresceram quase 4 vezes no mesmo período.

Ritmo - Apesar de a demanda mundial de soja ainda ter uma perspectiva de expansão, mesmo com a crise internacional, o ritmo de crescimento acontece abaixo da média dos últimos dez anos. Na última década, o consumo mundial de soja cresceu a uma taxa média anual de 4%, ou seja, bem acima da expectativa projetada para este ano de 1,7%. Essa desaceleração, no entanto, não teve início nesta safra. Os dados do USDA mostram que desde 2005/06, o ritmo de crescimento do consumo mundial de soja vem caindo.  (Folha de Londrina)

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