Sisbov debate rastreabilidade dos rebanhos bovinos
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Os frigoríficos exportadores de carne bovina querem que a rastreabilidade seja uma exigência para todo o gado bovino nacional e não apenas para aqueles cuja carne é destinada à exportação para a União Européia. A proposta será apresentada hoje na reunião do comitê do Sisbov - Sistema de Identificação e Certificação de Origem Bovina. Na avaliação da Abiec (associação que reúne os exportadores), a rastreabilidade para todo o gado elevaria a oferta de animais no mercado. Com isso, a dificuldade para comprar bois rastreados - como os frigoríficos afirmam estar ocorrendo - seria menor. Para Antenor Nogueira, coordenador do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é difícil rastrear os animais em todo o país. "Se o país ainda não é todo livre de aftosa com vacinação, como exigir 100% de rastreabilidade?"
Custos e preço melhor - Dentre especialistas, há quem
veja a proposta dos frigoríficos como uma forma de deixar o custo da
rastreabilidade para o pecuarista. Os custos são, desde a implantação
do sistema, motivo de debate entre criadores e frigoríficos. Segundo
Nogueira, o gado rastreado tem ágio de R$ 1,50 a R$ 2,00 por arroba sobre
o não-rastreado. Na reunião, os frigoríficos também
devem propor que o período de quarentena para emissão de certificados
sanitários para os animais destinados à exportação
à UE seja transformado em quinzena pelo período de 60 dias, segundo
fontes do mercado. Desde 15 de julho, o Ministério da Agricultura só
emite certificado sanitário para animais incluídos na base de
dados Sisbov há pelos menos 40 dias antes do abate. A mudança
permitiria elevar a oferta de gado rastreado a partir de agosto porque desde
15 de julho muitos animais foram incluídos no Sisbov. O comitê
do Sisbov deve avaliar também a certificação das propriedades
com vistas à exportação à UE, uma vez que o sistema
de rastreabilidade prevê apenas o controle individual dos animais.