Setor da mandioca quer maior incentivo do Governo

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A ABAM (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca) e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Mandioca e Derivados, estão agindo conjuntamente no sentido de solucionar a atual crise pela qual passa o setor. Hoje, o Presidente da ABAM, Ricardo Bandeira Villela, e o Presidente da Câmara, João Eduardo Pasquini, participam de uma audiência com o Secretário de Política Agrícola do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Ivan Wedekin, a quem vão solicitar apoio no sentido de se lançar instrumentos governamentais de apoio à cadeia produtiva como a AGF (Aquisição do Governo Federal) e o PEP (Prêmio de Escoamento de Produto), visando maior incentivo à comercialização e à redução dos estoques nas indústrias.

Leilão - Nesta quinta-feira, acontece, também, o terceiro leilão do PROP da Mandioca (contrato privado de opção), instrumento de apoio ao setor lançado pelo Mapa, que, continua a oferecer prêmio de R$ 15,00, como aconteceram nos dois leilões anteriores. A intenção do setor era de que o Governo garantisse prêmio de R$ 40,00, de modo a garantir aos produtores rurais a cobertura do custo de produção da mandioca cultivada no ano passado, quando o valor investido no plantio e colheita de uma tonelada de raiz de mandioca ficou em R$ 120,00. Alegando que o custo de produção é de R$ 90,00 (com base em estudos da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento), o MAPA, que, havia lançado, no primeiro leilão, acontecido no mês de agosto, o prêmio no valor de R$ 40,00, voltou atrás e relançou o edital, baixando o valor para R$ 15,00, para mandioca com renda 20, frustrando as expectativas do setor. Foram negociados nesse primeiro leilão apenas 5,5% do volume ofertado. O segundo leilão, acontecido no mês passado, negociou apenas 0,16% do volume ofertado.

Cotação em queda - Para o Presidente da ABAM, apesar da convicção de que o preço não cobre os custos de produção, o prêmio oferecido hoje pelo Governo, que neste atual momento está acima dos preços de mercado, deverá contribuir para segurar a queda dos preços da raiz nos próximos dias, visto que a cotação da mandioca tem despencado rapidamente nas últimas semanas. “Na atual conjuntura, considero que agora está viável participar do leilão, já que o preço de mercado está abaixo do valor assegurado pelo leilão. Nesta condição, o leilão vai ajudar o mercado”, avalia. João Eduardo Pasquini, Presidente da Câmara Setorial, também compactua com o pensamento de Ricardo Bandeira Villela. “Considerando as quedas de preços ocorridas nas últimas semanas, quando a tonelada da mandioca ficou abaixo de R$ 80,00, entendo que o leilão vai fazer com que o produtor rural perca menos. No entanto, para recuperar o valor investido na cultura no ano passado, o valor do prêmio teria que ser de R$ 40,00”, declara, Pasquini, para quem além dos contratos de opção, o Governo deveria intervir no mercado, comprando farinha e fécula de mandioca.

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