Senador alerta para conseqüências da queda dos preços agrícolas
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Respaldado em sucessivas manifestações de entidades representativas de todo o País, o senador Osmar Dias (PDT-PR) criticou o governo Federal “por desrespeitar a sua própria política de preços mínimos, ocasionando, por conseqüência, perdas irreparáveis à agricultura”. Ele citou dois exemplos claros: o do trigo e o do arroz, os quais estão sendo comercializados abaixo dos seus respectivos preços mínimos (o preço mínimo da saca de trigo é R$ 24,00, mas a comercialização está se dando entre R$ 17,00/18,00; situação mais gritante é a do arroz, que tem um valor mínimo de R$ 28,00 a saca, mas ninguém consegue vender acima de R$ 10,00). Na Comissão de Agricultura do Senado, ele disse que a área plantada terá forte diminuição em relação à safra passada e, já em 2006, vai faltar trigo no País, destacou Osmar Dias. Ele se mostrou indignado com informações de que o governo brasileiro quer fazer importações da Argentina, Uruguai e da Venezuela para favorecer àquelas economias, “em detrimento da produção nacional, que deveria defender”, criticou o parlamentar paranaense.
Consenso - No meio agrícola há consenso de que a crise na agricultura pode piorar se o governo Federal não tomar providências concretas e imediatas. A justificativa para tanto é que os impactos dos preços baixos no setor de grãos, especialmente trigo, milho, soja e arroz, não são imediatos, mas podem contaminar a economia no longo prazo. A preocupação com os rumos da produção agrícola chegou também ao Banco Central. No último relatório de inflação, divulgado pela instituição, os técnicos avaliam que a queda de renda na agricultura pode influenciar no aumento da inflação e na perda de receita nas exportações. Segundo análise do Departamento Técnico-Econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o governo federal não cumpriu o acordo estabelecido com as entidades representativas do campo após a mobilização de 25 mil produtores rurais na última semana de junho, em Brasília, no movimento que ficou conhecido como Tratoraço. Entre as solicitações dos produtores que continuam pendentes estão: R$ 1 bilhão para compras a prazo de insumos, máquinas e equipamentos; renegociação de dívidas antigas; medidas de apoio à comercialização e competitividade da agricultura; mais recursos para o seguro rural.