SEMINÁRIO DE TENDÊNCIAS I: Cooperativismo \"tem que ter impactos sociais\"
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O cooperativismo é um sistema econômico com foco no social que avança a passos largos no Brasil e já atua em 13 atividades econômicas. Na última semana, lideranças cooperativistas de todo o país se reuniram em Florianópolis para aprimorar e corrigir rumos das quatro tendências prioritárias do movimento, decididas há quatro anos. Na entrevista a seguir, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o cafeicultor de Franca, SP, Márcio Lopes de Freitas, fala sobre os segmentos cooperativistas que mais avançam, critica Lula e diz que os princípios do setor são uma opção para um país carente de ética.
Tendência - O movimento cooperativista brasileiro é composto, hoje, por 7.139 cooperativas, baseadas em 27 estados, integradas por 6,1 milhões de famílias. Há quatro anos, decidimos fazer um seminário anual de alinhamento estratégico. As tendências são profissionalização, educação-capacitação-comunicação, intercooperação e preocupação com a comunidade. O foco na comunidade é porque não basta dar resultados aos sócios, a cooperativa tem que ter impactos econômicos e sociais na comunidade onde está inserida.
Educação -Todas as nossas prioridades são complexas, mas possíveis de serem alcançadas por qualquer cooperativa. Mas o grande desafio, não só do cooperativismo, mas de toda a nação brasileira, é termos pessoas mais preparadas. Por isso, se tivéssemos que eleger uma única bandeira prioritária, ela seria a da educação.
Agronegócio - O agricultor brasileiro é o mais competente do mundo. O Brasil será o maior país agrícola pela competência dos nossos agricultores, que são de nova geração, aprenderam a sobreviver sem políticas públicas. Por isso exigem cooperativas de nova geração.
Crédito - Todo o movimento cooperativista está se desenvolvendo no Brasil, mas o de crédito é o que mais cresce. Ele tem uma agregação grande de novos sócios e ganha participação de mercado a cada ano. Já responde por 2% do sistema financeiro do país.
Trabalho - O cooperativismo de trabalho é uma ferramenta de inclusão profissional, social e econômica e uma grande alternativa para qualquer país, o que dirá para o Brasil. Mas precisamos de uma lei específica para este segmento.
Governo Lula - Recebemos o presidente Lula com braços
abertos porque ele, várias vezes, disse que iria priorizar o cooperativismo.
Infelizmente, todas as ações ficaram no discurso, nenhuma das
26 necessidades básicas elencadas pelo setor tiveram avanço com
apoio do governo. Nossa sensação é de desapontamento. (OCB
e Diário Catarinense).