SEMINÁRIO DE TENDÊNCIAS I: Cooperativas cobram em SC políticas de incentivo ao setor

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O cooperativismo nacional está decepcionado com o governo federal porque não recebeu apoio nem foi priorizado nas políticas sociais e econômicas. Esse sentimento de frustração foi transmitido pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que participa do 4º Seminário Tendências do Cooperativismo Contemporâneo, aberto na terça-feira em Florianópolis e que ontem teve o primeiro dia de trabalhos. Segundo Freitas, o nível de decepção pode ser avaliado pelo programa Coopera Brasil, apresentado pela OCB ao presidente em 2003 para servir como bússola para o fortalecimento do setor. "Transcorridos dois anos, nenhum de 26 itens apresentados foi atendido até agora. Apenas uma proposta está em vias de ser parcialmente atendida com o programa de capitalização das cooperativas de crédito", diz. Freitas assinalou que as poucas conquistas obtidas nesse período - como o reconhecimento do ato cooperativo para alguns ramos do cooperativismo, como o agropecuário, eletrificação e crédito - tiveram sempre o voto contrário do partido do governo.

Sem recursos - Reclamou do injustificável esvaziamento orçamentário do Ministério da Agricultura que teve recursos essenciais contingenciados, faltando dinheiro até para ações básicas de defesa e vigilância sanitária. O presidente da OCB lamenta que "o governo festeja os sucessos do agronegócio, mas não prioriza o setor". Menciona que para 2006, a pasta da Agricultura terá orçamento de R$ 691 milhões e, o Desenvolvimento Agrário, R$ 2,5 bilhões. Para dar a dimensão da importância social e econômica do cooperativismo, informa que os produtores cooperativados tiveram, em média, R$ 23 mil reais de ganho adicional em relação aos não-cooperativados. Isso significa que as 1.519 cooperativas agropecuárias do país geraram R$ 33 bilhões de reais em incremento de renda. Lopes de Freitas enfatizou que o sistema busca eficiência e da produtividade, exercitando seus postulados de economia social, sem esperar pelas políticas públicas. As cooperativas devem implementar as quatro tendências definidas para enfrentar os desafios contemporâneos: a profissionalização da gestão; o trinômio educação, comunicação, informação; a preocupação com a comunidade; e a intercooperação. (Jornal do Comércio – Porto Alegre- RS)

Conteúdos Relacionados