SECOAGRO III: Temos potencial para a auto-suficiência de trigo

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O Brasil é extremamente dependente das importações de trigo. Em média os brasileiros têm que buscar no mercado externo metade do volume consumido internamente, mas tem potencial para alcançar a auto-suficiência no grão. ''Falta política agrícola. Temos potencial para produzir 13 milhões de toneladas e expandir a área de plantio para 5 milhões de hectares'', informou Nelson Harger, coordenador estadual da área de grãos da Emater/PR.

Região Sul - Por enquanto o plantio está concentrado na Região Sul, mas há variedades adaptadas para cultivo nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. ''Os produtores 'se afastaram' do trigo na década de 90, quando a indústria moageira começou a importar o grão argentino mais barato do que o nacional'', comentou Harger. Desde então, o trigo tem oferecido baixa rentabilidade aos produtores, os custos de produção subiram e, ainda, a cultura é considerada de risco.

Comercialização - ''Não há garantias de preços ao produtor para a comercialização e o Brasil é um dos maiores importadores'', informou o coordenador. O grão é um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo e no Brasil. Na sua avaliação, inclusive, há interesse em manter baixo o preço do trigo. ''O alimento é um componente importante da cesta básica e, por isso, tem peso no cálculo da inflação. Desta forma, o produtor sempre fica 'descoberto''', disse.

Mercado aquecido - Segundo ele, o mercado de sementes de trigo está aquecido e, por isso, há perspectivas de aumento de plantio nesta safra. ''A Argentina (país que mais exporta para o Brasil) teve perdas de 36% na safra e terá menos trigo para ofertar. Aí sobram os Estados Unidos e o Canadá, mas o preço é cerca de 40% maior. Há boas perspectivas principalmente para os produtores do Norte do Paraná, que plantam mais cedo e, por isso, vão colher antes'', disse.

Zoneamento - Em linhas gerais o zoneamento libera o plantio na região entre o final de março e o final de maio. No entanto, Harger afirmou que o melhor período para o plantio será ''depois da primeira chuva boa de abril''. ''Este ano - devido ao fenômeno La Niña - o inverno será mais seco e, por isso, haverá menos pressões de doenças'', observou. Não é recomendado o plantio no final de maio, uma vez que a falta de umidade poderá prejudicar a planta na fase vegetativa. (Folha de Londrina)

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