Sciarra denúncia perdas causadas pelo Governo do Paraná com a restrição aos transgênicos
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Durante pronunciamento
realizado na tarde desta quinta-feira (11), na tribuna da Câmara, em Brasília,
o deputado federal, Eduardo Sciarra (PFL/PR), denunciou que as restrições
que estão sendo impostas pelo Governo do Paraná "provocam
sérios entraves na operacionalização do embarque da soja
em Paranaguá, causando aos produtores paranaenses prejuízos sem
precedentes na comercialização do produto", afirmou o parlamentar.
Num discurso longo e com bastante detalhes, o deputado paranaense fez questão
de ressaltar que as regras estabelecidas junto ao Porto levaram os importadores
internacionais a reduzir os prêmios sobre o produto exportado por Paranaguá,
depreciando os preços em relação a outros portos brasileiros,
causando uma enorme preocupação junto aos produtores, cooperativas,
exportadores e corretores.
"Sob a alegação de que os produtores teriam um preço
melhor pelo produto não transgênico, o Governo vem adotando medidas
que provocam perdas imensuráveis aos agricultores, conforme análise
do professor Marcelo de Moraes, da Escola Superior Luiz de Queiroz, atingindo
perdas de R$ 8,20/saca", ressaltou Sciarra.
Ele ainda lembrou que a soja não transgênica é um nicho
de mercado que já vem sendo explorado pelo Paraná e outros Estados,
até mesmo pelo Rio Grande do Sul, que tem grande volume de transgênico.
E vai ser sempre uma opção natural a ser usada. "O que não
se pode admitir é a interferência negativa do Governo que, a pretexto
de preços melhores, vem provocando uma enorme confusão no mercado
paranaense, com conseqüências negativas para o produtor e para a
própria economia paranaense. Aí está a caótica situação,
aonde a soja paranaense vem recebendo um menor valor que o Rio Grande do Sul",
frisou.
Na opinião do deputado paranaense, "não é possível
aceitar esta situação passivamente. A revolta é total,
tanto dos produtores quanto dos exportadores que tinham a expectativa de melhores
preços e se vêem tolhidos por uma ação desnecessária
do Governo do Estado. A posição mundial em relação
a comercialização de soja transgênica fica cada dia mais
clara e praticamente todos os países do mundo, inclusive na China, consome
tranqüilamente este produto".
Para Eduardo Sciarra, "enquanto no Paraná não se aceita sequer
0,9% de mistura de transgênicos, percentual aprovado universalmente, outros
Estados brasileiros que produzem transgênicos têm se aproveitado
da radicalização que se instalou no Paraná sobre a questão,
obtendo vantagens econômicas. Além disso, temos deficiências
operacionais no Porto de Paranaguá, que ainda não resolveu o problema
de dragagem. Há ordens de serviços emitidas sem ouvir os membros
do CAP (Conselho de Administração Portuária), a falta de
profilaxia (desratização), que reteve por longo período
um navio, sem contar com os elevados valores das multas que os exportadores
pagam pelo excessivo tempo que os navios permanecem ao largo. Os administradores
públicos precisam ter consciência da importância que tem
o setor produtivo do agronegócio de nosso Estado e propiciem condições
necessárias para que o produtor, o exportador e, sobretudo, a economia
paranaense, não seja tão prejudicada", sentenciou Sciarra.
Em seu pronunciamento o deputado afirma que só restam dois caminhos:
a abertura do diálogo para que se resolvam de vez os graves entraves
sentidos pelos produtores e exportadores, ou a intervenção no
Porto de Paranaguá para recompor a credibilidade e permitir que as exportações
possam se realizar com a tranqüilidade exigida pelo mercado. "Se o
governador do Paraná diz que só vai aceitar a exportação
de soja transgênica com a intervenção, ele está na
verdade pedindo a intervenção", observou o deputado paranaense.