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Produção, mercado e geopolítica são temas em debate na Agroleite

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Da Política à Geopolítica: Os riscos e as oportunidades para o agronegócio foi o tema do Fórum do Agro, realizado nesta quinta-feira (07/08), dentro da Agroleite, evento que está sendo realizado no Castrolanda Expo Center, em Castro, na região dos Campos Gerais do Paraná. O fórum teve a participação do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, do presidente da Castrolanda, Willem Bouwman e do diretor da Abramilho e do Grupo Calpar, Paulo Bertolini.

O governador destacou a força de Castro na pecuária leiteira, com produção de 1,5 milhão de litros de leite por dia, o que faz do município o maior produtor nacional e do Paraná o segundo maior estado produtor, atrás apenas de Minas Gerais. “Em qualidade, aqui não se perde da Noruega, da Dinamarca e da Argentina”, pontuou. Segundo Ratinho Junior, todo esse destaque na produção é resultado de tecnologia e investimento em genética. O governador falou ainda da agregação de valor, ressaltando o aproveitamento até mesmo do subproduto do leite, o soro, “que antes alimentava porcos e agora é transformado em whey protein, que é mais caro que o próprio leite”. 

Cooperativismo  

O presidente do Sistema Ocepar destacou o papel do cooperativismo na produção, na agroindustrialização e no mercado. “Não podemos separar essas três áreas e o produtor rural cooperado participa de todas elas”, ressaltou. “Aqui no Paraná, 85% do nosso público tem menos de 100 hectares, ou seja, são pequenos produtores. Se não fossem as cooperativas provavelmente eles não estariam mais produzindo, mas juntos conseguem produzir 66% da safra de grãos e 45% da proteína animal”, informou.

Ricken chamou a atenção para a necessidade de se investir cada vez mais em indústrias. “Na produção somos muito eficientes, mas passou a época de produzir e tentar vender a matéria-prima. O cooperativismo hoje transforma, temos 157 agroindústrias e estamos transformando 50% do que produzimos. Ainda falta fazer a outra metade. Portanto, temos muito potencial”, disse.

Tarifaço

 O presidente do Sistema Ocepar fez referência ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. “Temos uma visão muito clara disso. O efeito direto talvez não seja tão grande nesse momento para nós porque não exportamos para os Estados Unidos. Somos concorrentes no mercado internacional em soja, milho e carne. A balança comercial é altamente favorável aos Estados Unidos. O problema é o efeito secundário: a instabilidade traz consequências muito graves porque o produtor e o industrial deixam de investir e acontece uma retração”. Para Ricken, o tema não deve ser debatido entre governos, porque dessa forma se caracteriza protecionismo, com graves consequências. “É um assunto para todos os países no âmbito da Organização Mundial do Comércio”, defendeu.

Sustentabilidade

O presidente da Castrolanda, Willem Bouwman, ressaltou a importância de o Brasil se comunicar melhor com o mercado externo e mostrar de forma clara e transparente tudo o que é feito aqui. “Nós temos que mostrar que fazemos o dever de casa e temos orgulho do que fazemos e de como preservamos o nosso meio ambiente”, frisou. O diretor da Abramilho e da Calpar, Paulo Bertolini,  ressaltou que a iniciativa privada na Europa e nos Estados Unidos reconhecem a importância do Brasil na segurança alimentar e têm interesse de investir em infraestrutura e logística.

O evento teve também o painel Produção, Agroindústria e Mercado com as participações da pesquisadora da Embrapa Tropical, Lucíola Magalhães, do especialista em política pública e crédito, José Carlos Vaz, dos deputados federais Pedro Lupion e Sérgio Souza e do representante da Aliança Internacional do Milho, Bernard Kiep. O Fórum Agro é uma realização do Canal Rural e Grupo Calpar, com apoio da Castrolanda e Sistema Ocepar.

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