Safra de grãos será 10% menor neste ano

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A grande estiagem na região Sul, que provocou perdas em culturas importantes como a soja, pode fazer com que a safra brasileira de grãos termine o ano de 2005 em nível menor do que a do ano passado, revela levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ontem. Em 2004, a safra, de 119 milhões de toneladas, já tinha sido 3,68% menor do que a de 2003. O coordenador de agropecuária do instituto, Carlos Alberto Lauria, informou que a pesquisa de fevereiro aponta previsão de safra de 120,951 milhões de toneladas para esse ano. A previsão é ainda 1,57% acima do registrado no ano passado (119,085 milhões de toneladas), mas 10,09% abaixo da estimativa feita em janeiro, quando o IBGE projetava safra de 134,522 milhões para este ano.

Previsão - No início da semana, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, já havia alertado para a possibilidade de a safra de grãos 2005 ser ainda menor do que os 119 milhões de toneladas previstos pela Conab, depois da quebra de safra no Sul. Segundo ele, o volume estimado poderá ser menor por causa da seca que ainda não foi totalmente controlada no Rio Grande do Sul e também pela perspectiva de queda na safrinha do milho. No levantamento de fevereiro, houve queda de 13,23% na previsão de safra da soja para esse ano, ante a previsão da mesma pesquisa em janeiro, com as estimativas de produção de soja atingindo 54,794 milhões de toneladas para esse ano. O milho primeira safra, também foi bastante afetado e tem previsão de atingir 28,162 milhões este ano, o que representa uma queda de 11,48% ante a previsão de janeiro.

Auxílio - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, anunciou ontem a concessão de um auxílio emergencial de R$ 300 aos agricultores prejudicados pela estiagem na região Sul do Brasil. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estima que a medida irá beneficiar cerca de 100 mil famílias de trabalhadores rurais nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O cadastramento das famílias será feito por um comitê gestor formado por um grupo interministerial, estados, municípios e representações dos movimentos sociais. O comitê, coordenado pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) e já previsto pela legislação, também definirá critérios para a concessão do benefício e formas de controle social. A Lei 10.954/2004 estabelece que o auxílio federal pode ser concedido às pessoas com renda de até dois salários mínimos e que tenham sido vítimas de desastres naturais, desde que morem em municípios que tiveram a situação de emergência reconhecida pelo governo federal. Rossetto confirmou que o pagamento dos R$ 300 será feito em uma vez, mesmo que a legislação permita a divisão em cinco parcelas. (O Estado do Paraná)

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