Rússia mantém cota para frango

Pelo menos um dos principais objetivos da missão comercial brasileira que visita Moscou esta semana não será alcançado. A Rússia decidiu manter seu sistema de cotas para a importação de carne de frango este ano, informou ao jornal Valor de hoje (21) fontes que integram a comitiva liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Existe a possibilidade de que as cotas sejam revistas mais tarde. Mas este ano teremos que conviver com a decisão", admitiu por telefone de Moscou o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa. Isso significa prejuízo para o setor frigorífico, que poderá exportar apenas 33 mil toneladas entre maio e dezembro deste ano. O critério para as cotas é a média de importação de carne de frango do Brasil entre 1999 e 2001, período em que as vendas brasileiras para a Rússia ainda não eram altas. No ano passado, por exemplo, elas chegaram a 295 mil toneladas.

Revisão em 2004 - A missão comercial brasileira, que é a primeira do governo Lula, só conseguiu obter dos russos o compromisso de que o sistema de cotas será revisto em 2004. Mas, com o apoio dos importadores do país - descontentes com a medida, pois são obrigados a comprar de fornecedores menos competitivos - o governo tentará uma última cartada. Apesar de a cota de cada país já estar definida, os importadores russos ainda não receberam todas as respectivas licenças. "Há um movimento para que as cotas não distribuídas sejam liberadas", diz uma fonte ligada aos frigoríficos. Assim, a expectativa é que os volumes possam aumentar um pouco ainda este ano. Os exportadores de frango também esperam que o encontro entre o presidente Lula e o presidente russo, Vladimir Putin, abra caminho para uma melhoria nas cotas ainda em 2003.

Proposta - Em relação à abertura do mercado russo à carne suína de Santa Catarina, o clima é mais otimista. Durante reunião realizada ontem com representantes do departamento de defesa animal da Rússia, o governo brasileiro apresentou sua proposta de que seja liberada as exportações de municípios catarinenses e não do Estado como um todo. Os russos prometeram apresentar sua posição definitiva dentro de três semanas, sem dar garantias de que os embarques serão retomados. Mas a expectativa do governo e do setor privado é positiva. "Acredito que até junho as exportações recomecem", diz Sopelsa.