Reunião na OCB discutiu alternativas para endividamento
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Sob coordenação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Márcio Lopes de Freitas, e com a participação dos presidentes das organizações estaduais de cooperativas do MS, SP, GO, SC, PR e de representante do RS, foi realizada na segunda-feira (23), em Brasília, reunião para discutir a situação de cada Estado em relação às quebras de safra provocadas pela estiagem. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, esteve presente à reunião, levando as reivindicações das cooperativas paranaenses. A reunião preliminar possibilitou que o grupo de dirigentes se posicionasse em relação às reivindicações que seriam levadas aos ministérios de Fazenda e da Agricultura. Os pontos definidos como prioritários foram três:
- Crédito
emergencial para as cooperativas poderem suportar os alongamentos pleiteados
pelos cooperados, em função do repasse de insumos realizado sem
o amparo do crédito rural (recursos próprios e os tomados via
empresas fornecedoras de insumos);
- Proposta para alterar a minuta da resolução que será
encaminhada para a análise do Conselho do FAT, para disponibilizar cerca
de R$ 1 bilhão para atender regiões afetadas pela seca;
- Articular reunião com a Febraban (Federação Brasileira
dos Bancos) para discutir sobre o alongamento das operações realizadas
pelas cooperativas junto aos bancos de um modo geral.
Faltam recursos – A solução dos problemas do setor não é fácil, reconheceu o presidente da Ocepar. “A gente percebeu que a grande dificuldade é viabilizar a alocação de recursos suplementares por parte do Ministério da Fazenda para a agricultura. Nós vamos continuar trabalhando e nossa esperança é que se aprove o financiamento de cotas-parte para as cooperativas, e que o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprove uma linha de crédito de R$ 1 bilhão, anunciada na semana passada”. Esse crédito será utilizado para alongar débitos que os produtores fizeram na compra de insumos.
Reunião
com José Gerardo Fontellis – Ainda na segunda-feira a
comitiva se encontrou com Geraldo Fontellis, assessor do ministro da Fazenda,
quando foram relatadas as dificuldades enfrentadas pelo setor e, em especial,
sobre a demora na tomada de medidas para minimizar as dificuldades do campo.
Depois de uma longa discussão em torno das sugestões e propostas,
Fontellis informou que o CMN deverá apreciar nesta quarta-feira (25/05/05)
a proposta de um sistema de capitalização emergencial para as
cooperativas. “Falamos que este não é o melhor instrumento
e que o ideal seria adotar a proposta já apresentada pela OCB. Proposta
esta que permitiria a utilização de crédito rural como
capital de giro”, afirmou o presidente da Ocepar João Paulo Koslovski.
Os técnicos do Ministério da Fazenda informaram, no entanto, que
não é possível usar recursos do Crédito Rural para
tal finalidade e a única alternativa seria via capitalização.
A OCB também apresentou ao assessor do ministro as alterações
sugeridas pelos dirigentes, relativas à Resolução do FAT.
As propostas serão analisadas em reunião específica junto
ao governo.
Reunião no Ministério da Agricultura - O grupo,
sob coordenação da OCB, esteve com o ministro internino da Agricultura,
Luiz Carlos Guedes Pinto, expondo as dificuldades e pedindo medidas urgentes.
O ministro interino falou das dificuldades na viabilização orçamentária
para atender a todos os pleitos do setor, aí incluídos recursos
para amparar a comercialização e pré-custeio da safra de
verão. “Falamos do trabalho que a OCB e as OCE´s estão
fazendo junto à Frencoop e aos ministérios da Fazenda e Planejamento
para a suplementação orçamentária necessária
para este ano. O ministro disse que está envidando todos os esforços
para aprovar a proposta de crédito emergencial para as cooperativas e
também os recursos do FAT para atender o setor. É importante salientar
que o presidente da OCB esteve em jantar com o presidente Lula e relatou as
dificuldades do setor, pedindo medidas para solucioná-los”, afirmou
o presidente da Ocepar. Ainda no Mapa, os dirigentes se encontraram com o secretário
de Política Agrícola, Ivan Wedekin.