REPERCUSSÃO DA REUNIÃO DE DOHA

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Sob o título "Os ricos entregam os anéis no encontro do Catar", a revista Veja da semana passada faz interessante análise do resultado da reunião da OMC em Doha, afirmando que as dificuldades para os grupos extremistas anti-globalização chegarem ao país, nas costas orientais da África, contribuíram para o sucesso do encontro, que reuniu delegados de 142 países. "Em seis dias isolados no Catar, os países ricos fizeram mais concessões aos interesses das nações em desenvolvimento do que no meio século passado. Ou seja, desde que 23 países se reuniram pela primeira vez, em 1947, para tentar obter uma tarifação mais justa para os produtos de exportação, lançando as bases do que se tornaria mais tarde a OMC. A delegação brasileira, com a ajuda obcecada dos representantes indianos, liderou a bancada das nações em desenvolvimento e voltou para casa com a pasta recheada de vitórias históricas", afirma a revisa.

Resultados - O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o alemão Horst Koehler, afirmou que "tornou-se inaceitável a situação que prevaleceu até agora com países ricos usando seus imensos recursos para distorcer os mercados. Só há uma palavra para descrever essa atuação dos ricos: cinismo". Por sua vez, James Wolfensohn, presidente do Banco Mundial, afirmou que as decisões tomadas no Catar podem, pela primeira vez, inverter a mão no fluxo de riqueza gerada pelo comércio mundial. "Os países ricos precisam derrubar todas as barreiras comerciais que ergueram para impedir os pobres de lucrar com o comércio mundial. Basta essa mudança e em uma década cerca de 1,5 trilhão de dólares serão injetados nas economias das nações em desenvolvimento", disse Wolfensohn na mensagem que enviou aos delegados de 183 países que participam nesta semana da reunião anual do Fundo em Ottawa, no Canadá. A reunião de Doha definiu a agenda para a rodada de 2005, que aponta para uma redenção dos países do Terceiro Mundo no comércio mundial. Resta saber como reagirão países como a França, francamente favorável à manutenção da situação atual.

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