Recua dependência de trigo importado

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Os primeiros números das importações brasileiras de trigo em 2004 mostram que o país está menos dependente do produto proveniente do mercado externo. Em janeiro e fevereiro deste ano, o Brasil importou 777 mil toneladas do cereal, 34,2% abaixo das 1,181 milhão de toneladas do primeiro bimestre de 2003, de acordo com dados compilados pela Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo). A redução, positiva para a balança comercial brasileira, decorre principalmente de dois fatores, segundo analistas e fontes do setor. Um benéfico e outro bastante preocupante. O primeiro é o aumento da produção brasileira de trigo em 2003, que dobrou em relação ao ano anterior e chegou a 5,8 milhões de toneladas, devido às condições climáticas favoráveis. O segundo é a baixa demanda por farinha de trigo no mercado doméstico, reflexo do desaquecimento econômico. "Como a produção brasileira foi maior e a safra de melhor qualidade, os moinhos tiveram menor necessidade de importar para fazer os blends", afirma Roland Guth, presidente da Abitrigo. Dessa forma, as indústrias moageiras do Sul - onde está concentrada a produção - e do Sudeste estão se abastecendo de mais trigo nacional, acrescenta.

Área estável - Se o Brasil seguirá reduzindo a necessidade do trigo importado é uma pergunta ainda difícil de responder neste momento. Tudo está na dependência da próxima safra brasileira de trigo. Por enquanto, a primeira avaliação é de que a área plantada com o cereal e a produção deve se manter ou até crescer um pouco, segundo Robson Mafioletti, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), maior Estado produtor de trigo do país. A falta de chuvas para plantio do milho safrinha após a colheita da soja no Paraná deve levar o produtor a optar pelo trigo, diz. O plantio da safrinha pode ser feito, no máximo, até o fim deste mês no Estado, enquanto o de trigo começa em abril. (Fonte: Valor Econômico)

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