Reação nos preços anima produtores e cooperativas

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A alta nos preços da soja que vem sendo verificado nos últimos dia, traz um pouco de alento ao setor cooperativista. O presidente da Coagel, Osmar Pomini, comemora ao lembrar que no dia 18 de fevereiro a Coagel estava comercializando o grão a R$ 26,00 o saco, e hoje, dia 15, a cotação do produto já estava em R$ 34,50, um aumento significativo de 32,9% em apenas 26 dias e em plena colheita, quando normalmente os preços ficam estacionados. “Nós acreditamos que a quebra, em torno de 70% no Rio Grande do Sul e em 20 a 30% no Paraná em virtude da estiagem, esteja colaborando com a alta dos preços”, disse Pomini.

Adversidades - Além da estiagem, outros fatores podem estar contribuindo para essa reação, como por exemplo, grandes fundos investidores estão adquirindo papéis de commodities agrícolas, dando sustentação a esse mercado, como forma de especulação, além do provável recuo no plantio da oleaginosa na próxima safra por parte dos norte americanos. Outro fator importante, é a recuperação do dólar frente a moeda brasileira, saindo de R$ 2,56 em meados de fevereiro, para os atuais R$ 2,75. “Isso contribuiu favoravelmente para a recuperação dos preços”, disse Osmar Pomini. O dirigente afirma que é difícil neste momento prever que a soja continue em sua escalada de alta, uma vez que os investidores das commodities podem sair deste mercado e migrar para outros tipos de investimentos e o próprio dólar também é uma incógnita, uma vez que é difícil prever a sua trajetória para os próximos dias. “Diante disso, recomendamos que o produtor escalone as suas vendas, para tentar fazer a melhor média possível, uma vez que conseguir o melhor preço, será preciso muita sorte”, comentou.

Algodão - A cultura do algodoeiro está sendo decepcionante nesta safra, segundo Pomini, pois além da estiagem que provocou perdas significativas, o mercado está com preços abaixo do mínimo e, além disso, há poucos compradores no mercado interno. “Acontece que os produtores da região Centro-Oeste, maior produtora brasileira de algodão, entraram o ano de 2005 com uma grande quantidade de algodão em pluma para ser comercializado. Esse fator é o principal responsável para o recuo dos preços porque a oferta é bem maior que a demanda”, lembra o dirigente, informando que normalmente a safra paranaense entrava no mercado no período de entressafra e os preços eram atraentes. “Agora, como há muita oferta de algodão excedente concorrendo com a safra paranaense, cuja produção mesmo insignificante, está provocando os baixos preços porque o mercado não consegue absorver toda a oferta”, disse. Pomini acredita que no médio prazo os preços podem voltar a patamares satisfatórios, uma vez que a seca também ainda possa afetar a cultura do centro oeste e, com a recuperação do dólar, o mercado de exportação já começa a se movimentar. “É preciso que o produtor de algodão tenha um pouco de paciência e aguarde que o mercado comece a fluir novamente”, disse.

Conteúdos Relacionados