RAMO TRANSPORTE: Preço abusivo do diesel preocupa cooperativas
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As cooperativas ligadas ao setor de transporte estão preocupadas com os altos valores do óleo diesel praticados hoje, pois afetam diretamente a economia brasileira, causando impacto negativo na cadeia produtiva e inviabilizando a atividade do transporte rodoviário de cargas. O assunto foi tema de uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, nesta terça-feira (23/06), na sede do ministério, em Brasília (DF). O secretário executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, acompanhou as discussões, que contaram com a presença de parlamentares e líderes cooperativistas.
Estudo - A audiência foi marcada pelo deputado federal Celso Maldaner a pedido do presidente da cooperativa catarinense de transporte Coopercarga, Dagnor Schneider. Segundo estudo realizado pela Coopercarga, o valor do diesel representa 40% dos custos da operação de transporte. Além disso, a análise aponta que o combustível é responsável por uma série de outras atividades que também acabam sendo oneradas. O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) informou que o preço do óleo diesel onera em 8% os custos de produção da soja.
Investimentos - Além disso, os preços afetam os investimentos que poderiam ser realizados em outros setores como, por exemplo, na renovação da frota, qualificação dos motoristas, e também em tecnologias, que impactam diretamente na qualidade do serviço oferecido pelo setor.
Tributos - O ministro Edison Lobão disse que o valor do diesel, quando sai da refinaria, não é tão alto. "O que agrega valor ao preço do diesel cobrado em bomba são os tributos incidentes ao longo do percurso. A carga tributária sobre o combustível é muito alta, representa quase 60% do preço final". Ele ressaltou ainda que o diesel produzido no País não é suficiente para o consumo interno, existindo a necessidade de importação, mas se dispôs a estudar melhor o assunto e fazer o possível para acelerar a redução já concedida pelo governo federal.
Proposta - Por outro lado, o setor de transporte de cargas fará um estudo juntamente com o setor de passageiros e com o segmento agropecuário e apresentará proposta de redução do valor do diesel aos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda.
Participantes - Estiveram presentes representantes da Confederação Nacional dos Transportadores, da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, da OCB, Ocepar, Fetrancesc, Coopercarga, além do deputados federais Odacir Zonta, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Celso Maldaner e Gervásio Silva, o senador Neuto de Conto e o secretário de Petróleo do ministério, José Lima.
Desproporcional - Segundo o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que participou da audiência com o ministro Edison Lobão, o estudo da Coopercarga também mostrou que tem ocorrido um distanciamento muito grande entre os reajustes praticados no preço da gasolina e do óleo diesel. "De 2002 e 2009, o diesel subiu 137%, enquanto a gasolina foi reajustada em 57% nesse mesmo período. É muito desproporcional, sendo que o diesel é um dos itens que mais contribuem para impulsionar a economia", afirma Ricken. "Na reunião nós também questionamos porque a redução feita pelo governo federal no preço do diesel para as refinarias não chegou aos postos e qual é a rentabilidade das refinarias", acrescenta Ricken. Em sua avaliação, a questão deve avançar apenas se houver uma redução dos impostos. "Ficou bem claro que o problema existe, mas o governo federal tem uma participação muito pequena na solução dele, já que a maioria dos tributos sobre os combustíveis são recolhidos pelos Estados. Apesar disso, temos que aprofundar essa discussão para que possamos reduzir o impacto desse custo no setor de transportes", completou o superintendente da Ocepar. (Com informações do Informe OCB)