PLANO SAFRA: Seguro e juros ainda podem ser melhorados, diz Galassini
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O crescimento de 37% no montante de recursos do Plano Safra 2009/2010 foi considerado significativo pelo presidente da Cooperativa Coamo, com sede em Campo Mourão, José Aroldo Galassini. "Em relação aos valores, se eles efetivamente chegarem até os agricultores, eu acho que o plano vai ser muito bom", afirmou nesta quarta-feira (24/06), em Curitiba, durante visita realizada ao presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. Galassini participou na segunda-feira (22/06), em Londrina, juntamente com Koslovski, do lançamento do Plano Safra, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciaram R$ 107,5 bilhões para o setor agropecuário - R$ 92,5 bilhões para a agricultura comercial e R$ 15 bilhões para a agricultura familiar.
Juros - Para Galassini, no entanto, os juros de 6,75% mantidos pelo governo para esta safra ainda não atingiram o índice desejado. "As cooperativas, juntamente com a Ocepar, OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e CNA (Confederação Nacional da Agricultura), reivindicaram a redução desses juros porque eles não são mais subsidiados e poderiam ser melhorados, já que a inflação está ao redor de 4% e a tendência é cair mais", disse. "Mas, de qualquer forma, eu acho que nós agricultores temos que ir rápido ao banco, dentro daquele princípio de que quem chega antes bebe água limpa, para poder ter acesso ao financiamento porque, queira ou não, ainda é o menor juro", acrescentou.
Seguro - O presidente da Coamo também chamou a atenção para a subvenção ao seguro agrícola. "O governo vai passar de R$ 182 milhões para R$ 273 milhões de subsídio ao seguro. Mas é preciso que o governo chame as seguradoras e, junto conosco, inclusive, discuta a questão da cobertura, que está muito baixa", ressalta. Galassini afirma que os índices de produtividade adotados atualmente devem ser revistos. "As produtividades estão muito baixas. Tem que dar uma frustração muito alta para ter uma cobertura e aqueles que tiveram várias frustrações de safra acabam acumulando prejuízos ligados tanto ao custeio como ao investimento", explica.
Reivindicação - "Eu tenho reivindicado muito, junto ao governo, por meio da Ocepar, Faep, CNA e OCB, para seja criado um mecanismo de alongamento por um período maior ao invés de jogar os débitos para a última safra. Não precisa ser uma securitização de 25 anos. Poderia ser algo dentro de um prazo de oito a dez anos. Porque, senão, o agricultor não consegue colher nem pagar os antigos débitos e ainda o novo custeio e investimento", afirma. Galassini acredita que o seguro agrícola deve ser melhorado até o ponto em que agricultor não fique mais endividado. "O Fundo de Catrástofe e o Fundo de aval são alternativas modernas que eu acho que devem ser adotadas. A questão do seguro deve ser levada muito a sério", complementa.
Procap Agro - Galassini avaliou positivamente a criação do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap Agro) lançado pelo governo federal juntamente com o Plano Safra 2009/10. "Nesses 38 anos de cooperativas, de 1970 para cá, o governo só havia feito uma coisa importante que foi o FAT Giro, para sanar a conta corrente das cooperativas. Agora, com o Procap Agro, muitas cooperativas vão ter condições de se capitalizar e, principalmente, se profissionalizar. Eu acho que a gente tem que profissionalizar cada vez mais as cooperativas para que elas tenham condições de competir com os concorrentes do mercado interno, do mercado externo, e estar sempre na frente como uma empresa moderna e capitalizada", afirmou.
Código - Galassini elogiou a postura do ministro Stephanes e do presidente Lula em relação às questões ligadas ao meio ambiente. "No lançamento do Plano Safra, o presidente falou que o produtor não tem que tirar o dinheiro do bolso, plantar mato nas áreas em que ele cultiva e que já está desmatada. Quem tem que fazer isso é o governo. A maneira como o presidente defendeu essa idéia é muito coerente". O presidente da Coamo acredita que é possível encontrar uma solução equilibrada em relação às mudanças no Código Florestal. "Isso deve ser resolvido com bom senso", completou.