RAMO TRANSPORTE: Cooperativas querem audiência pública sobre vale-pedágio
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As cooperativas de transporte do Paraná querem discutir a legalidade do vale-pedágio em audiência pública que poderá ser realizada em Brasília nas próximas semanas. O pedido foi feito por dirigentes de 15 cooperativas de transporte que participaram, na sexta-feira (09.09), do II Fórum dos Dirigentes de Cooperativas de Transportes, em Curitiba, promovido pela Ocepar e Sescoop-PR. Os líderes não aceitam as regras e a cobrança de um adicional de 5% cobrado na emissão do vale-pedágio.
Regras - Segundo Nelson Canan, presidente do Sindicato das Cooperativas de Transporte do Estado do Paraná (Sincoopar), as empresas transportadoras estão com dificuldade de disponibilizar o vale-pedágio aos caminhoneiros em função das regras impostas. Isso porque a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) não aceita o pagamento em moeda corrente (dinheiro) e sim em cartão especializado. O problema, disse Canan, é que apenas duas empresas foram credenciadas pela ANTT para emitir o vale-pedágio, como a DB Trans e o cartão Visa, ambas com sede no Rio de Janeiro. As empresas de transporte têm que autorizar ordem do pagamento para a sede das empresas credenciadas, para depois elas emitirem o vale que será válido apenas para o caminhoneiro e o trecho identificado no pedido.
Cargas - Segundo Canan, é impossível aceitar esse sistema levando-se em conta o método de trabalho dos caminhoneiros e das empresas de transporte brasileiras. Isso porque na maioria das vezes o trajeto de viagem dos caminhões é alterado em determinado ponto, em função de preços do frete ou disponibilidade de cargas para outras rotas. ''Da forma como foi instituído, o caminhoneiro e a empresa ficam engessados somente à rota traçada com antecedência, o que prejudica a flexibilidade do transporte'', afirmou.''Além disso, o vale-pedágio tem o incoveniente da validade, apenas para 30 dias'', acrescentou.
Micheletto - Canan disse que o pedido da audiência pública foi feito ao deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR), que ficou de marcar no Congresso, nas próximas semanas. Canan disse que caminhoneiros e cooperativas também estão revoltados com o adicional de 5% sobre o valor do pedágio. Cada caminhão bi-trem, com sete eixos, gasta em média R$ 4,2 mil por mês só em pedágio, no trajeto Foz do Iguaçu a Paranaguá. Com o adicional, são R$ 210,00 a mais por caminhão/mês que têm que ser recolhidos às empresas que emitem o vale-pegágio. ''Isso é um absurdo'', reagiu indignado. Segundo Canan, se a fiscalização flagrar o caminhão sem o vale-pedágio, o caminhoneiro autônomo ou a cooperativa pode receber multa que varia de R$ 550,00 a R$ 10 mil. (Folha de Londrina)