RAMO TRABALHO: Seminário discute regulamentação
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Amanhã (30/08),
dirigentes cooperativistas, parlamentares e trabalhadores se reunirão
na Câmara dos Deputados para discutir a regulamentação das
cooperativas de trabalho. O assunto será discutido em seminário
promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento
e Desenvolvimento Rural da Câmara, por iniciativa do deputado federal
e presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) Odacir Zonta
(PP-SC). Para Zonta, o cooperativismo de trabalho deve ser observado com mais
atenção, porque poderá ser a solução para
os principais problemas de desemprego que enfrenta a sociedade brasileira. “O
cooperativismo de trabalho é uma ação rápida de
resposta na geração de trabalho, na distribuição
eqüitativa de renda e na solução social dos menos favorecidos
do país”, avalia o deputado.
Superar obstáculos - De acordo com a representante do
ramo trabalho da OCB (Organização das cooperativas Brasileiras),
Rozani Holler, existem vários obstáculos de ordem política
e legal que têm dificultado a atuação das cooperativas de
trabalho. “As cooperativas de trabalho necessitam de uma legislação
própria. Só assim poderão se apresentar à sociedade
como alternativa de geração de trabalho, renda e inclusão
social”. Ela lembra que cooperativismo não é alternativa
à CLT e por isso não pode ser encarado como o fim dos direitos
trabalhistas. Trata-se de uma forma de combater o desemprego, abrindo oportunidades
de trabalho por meio do estímulo ao empreendedorismo. Segundo dados da
OCB, o cooperativismo de trabalho cresceu 30% nos últimos três
anos. Existem hoje, no Brasil, 1.894 cooperativas e 346 mil cooperados. Para
Rozani, o principal desafio é esclarecer a sociedade o que realmente
o cooperativismo pode fazer para a nação.
Critérios para identificação - Para esclarecer
a sociedade foi elaborado um extenso material, fruto de reuniões e discussões
realizadas nas unidades estaduais da OCB. Um comitê de juristas consolidou
os estudos num único documento – Os Critérios para Identificação
das Cooperativas de Trabalho. O documento foi formulado de acordo com os preceitos
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e é resultado
de uma construção coletiva. Norteia a constituição
e o desempenho de uma cooperativa no que se refere à segurança
do trabalho, direitos humanos, previdência social, saúde ocupacional,
cuidados com as crianças e jovens, entre outros. Os critérios
foram apresentados para o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), que elabora
ações para o desenvolvimento do cooperativismo brasileiro, entre
elas, a regulamentação das Cooperativas de Trabalho. A proposta
é que o GTI dê o impulso que falta para que o movimento cooperativista
se firme no Brasil.
Apoio presidencial - O GTI foi criado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, durante as comemorações do Dia Internacional
do Cooperativismo, na sede da OCB, em Brasília, em julho do ano passado.
Entre outras atribuições, o grupo ficou encarregado pela implantação
do Plano Brasil Cooperativo – um conjunto de ações lançado
pelo governo federal para impulsionar o setor. Problemas enfrentados: Entre
os principais desafios das cooperativas de trabalho está a revisão
do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que trata do acordo entre o Ministério
Público do Trabalho (MPT) e a Advocacia Geral da União (AGU) que
proíbe a participação dessas cooperativas em licitações
promovidas pelo poder público federal e órgãos vinculados.
Em busca de acordo - Segundo o advogado do ramo trabalho da
OCB, Eduardo Pastore, a intenção é que o MPT e a AGU façam
um novo acordo e estabeleçam regras objetivas que obedeçam a Lei
5.764, que rege o cooperativismo, para que as cooperativas voltem a participar
de licitações. A medida homologou um termo de conciliação
judicial, firmado entre o MPT e a própria União, em junho de 2003,
vedando a contratação de cooperativas do gênero por empresas
e órgãos públicos.