Pronunciamento de Darci Piana
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Como coordenador do G-8, grupo integrado pela Fiep, Associação Comercial do Paraná, Fecomércio, Fetranspar, IBQP, Faciap, Faep e Ocepar, o presidente da Fecomércio, Darci Piana falou em homenagem ao ministro Paulo Bernardo. Veja a seguir a íntegra do pronunciamento:
“Ministro
Paulo Bernardo, me permita dizer que tive a honra de ser designado para falar
sobre a homenagem que é dada ao paulista mais paranaense que conheço.
Nascido em São Paulo, o ex-bancário do Banco do Brasil foi transferido
para o Paraná em 1982 e aqui fez sua história político-sindical.
Foi deputado federal por três legislaturas, secretário da fazenda
do Mato Grosso do Sul e de Londrina, deixando um rastro de realizações
por onde passou, tanto que está hoje como Ministro do Planejamento, resultado
da competência demonstrada na gestão de contas públicas.
Seria quase impossível fazer uma lista de todas as reivindicações
encaminhadas por vossa senhoria na Câmara Federal, beneficiando o município
de Londrina e por extensão todo o Paraná. Isso já demonstra
que temos no Ministério do Planejamento, um paranaense preocupado com
o Estado que adotou e pelo qual foi adotado.
O momento é de homenagem, senhor ministro. Por isso, alguns assuntos
não serão aprofundados neste momento.
Não pretendemos nos aprofundar, por exemplo, na explicação
da verdadeira situação em que se encontra o Paraná por
falta de investimentos em infra-estrutura. Chegamos ao cúmulo de perder
uma ponte fundamental para o escoamento da nossa produção.
Faz-se necessária a inclusão no orçamento da União
de recursos para a modernização da infra-estrutura, objetivando
ampliações no Porto de Paranaguá e Antonina, construção
do trecho ferroviário entre Ponta Grossa e Guarapuava, novo trecho entre
Curitiba e Paranaguá e contorno de Curitiba, bem como para recuperação
de rodovias federais, construção da estrada entre Campo Mourão
e Cruzeiro do Oeste (Estrada Boiadeira) e a conclusão da Rodovia Transbrasiliana,
além de recursos para ampliação da pista do Aeroporto Afonso
Pena. Com esta infra-estrutura, Senhor Ministro, nossa indústria ampliará
sua produção, aumentando a contratação de mão-de-obra.
O comércio e serviços, setores que mais empregam, se desenvolveriam
e teremos assim a inclusão social e distribuição de renda.
Desta maneira exportaremos mais, geraremos mais divisas para a Nação
reduzindo custos para todos.
A questão tributária, senhor ministro, conforme levantamento apresentado
pela imprensa nos últimos dias, desde o ano 2000 um novo tributo é
criado a cada quatro meses enquanto nos anos 40 um novo tributo era criado a
cada dois anos. Não vamos comparar décadas incomparáveis,
mas há que se considerar que o empresário e o cidadão brasileiro,
de todos os ramos e categorias, está sendo sufocado pela carga tributária.
A nossa intenção. é de nos comportar como paranaenses,
de igual para igual, e pedir atenção às reivindicações
do comércio, da indústria, dos serviços, do turismo, da
agricultura de todos os setores envolvidos na produção da riqueza
do Paraná e do Brasil.
Somos guerreiros do Paraná. Este troféu que lhe é entregue
hoje, representa muito mais que o próprio símbolo. Tem uma grandiosidade
intrínseca, que mostra o quanto temos responsabilidade por aquilo que
conquistamos ou pelo que somos conquistados.
O Paraná nos pertence, senhor ministro, porque o conquistamos e fomos
por ele conquistados. Nossa terra, nossa gente.
O Ministério do Planejamento, ministro Paulo Bernardo, tem uma importância
muito grande na estrutura do desenvolvimento da Nação. Está
no ministério dirigido por vossa senhoria a capacidade de bem-fazer a
aplicação do dinheiro público em setores importantes, e
que possam devolver esse investimento em crescimento e progresso.
O setor agropecuário pede suplementação no Orçamento
do Ministério da Agricultura de R$ 1,0 bilhão, neste exercício
de 2005, para operações oficiais de crédito, visando amparar
a comercialização da safra agrícola e as perdas decorrentes
da estiagem que atingiu os estados do sul do País.
Os recursos contingenciados para o Ministério da Agricultura afetaram
os programas de sanidade agropecuária colocando em risco o setor. Dessa
forma, é necessário dar prioridade para suplementação
do orçamento em cerca de R$ 130 milhões para atender esses programas,
antes que aconteçam doenças como a aftosa e prejudiquem a nossa
exportação de carnes.
Solicita ainda a renegociação dos prazos para pagamento dos empréstimos
realizados sob a forma de repasse aos produtores rurais e suas cooperativas,
localizados em regiões que tiveram perdas decorrentes da estiagem, bem
como alocação de novos recursos para viabilizar o plantio da próxima
safra. As perdas no Paraná foram da ordem de R$ 2,11 bilhões,
que afetam não somente os produtores e cooperativas, mas também,
o comércio, a indústria e o transporte das cidades que tem sua
economia baseada na agricultura.
Pedimos ainda abertura para que as cooperativas de crédito e os bancos
cooperativos possam operar com os recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador
(FAT) para financiamento da agropecuária e comércio.
Solicitamos — de paranaenses para paranaenses — que seja dada ao
nosso Estado a atenção que ele merece, como grande produtor de
grãos, de carne, de automóveis, comércio e serviços,
como uma das molas-mestra do desenvolvimento nacional.
Represento neste momento, senhor ministro, entidades como:
- a Federação do Comércio do Paraná, da qual sou
presidente;
- a Fiep — Federação das Indústrias do Estado do
Paraná;
- a Faep — Federação da Agricultura do Paraná;
- a Associação Comercial do Paraná;
- o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade ( IBQP);
- a Faciap - Federação das Associações Comerciais,
industriais e agrícolas do Paraná;
- a Ocepar — Organização e Sindicato das Cooperativas do
Paraná;
- a Fetranspar (Federação das empresas de transporte do Estado
do Paraná).
Todas estas entidades têm preocupações em comum, que vão
da elevada carga tributária contra a qual nunca perdemos a esperança
de que seja obtida uma reforma digna - até a reforma sindical, que se
for realizada como está no Congresso, transformará o nosso País
numa Federação Sindicalista, aonde o governo vai, de novo, interferir
na vida do cidadão, do seu sindicato, da sua entidade de classe, algo
que não ocorre mais desde a edição da Constituição
de 1988. Caso isso aconteça, o País vai regredir nas relações
entre o capital e o trabalho.
A reforma trabalhista é prioridade juntamente com a sindical para resolvermos
o problema de falta empregos e distribuição de renda. Entendemos
que uma é complemento da outra.
O projeto das micros e pequenas empresas, preparado pelas entidades e Sebrae,
também é de grande relevância para a legalização
das empresas informais.
Tudo, ou somente isto, são o muito ou pouco que as entidades e o povo
do Paraná contam com a sua especial atenção.
Se antes vossa excelência já era paranaense de coração,
por adoção, agora é um paranaense ainda mais comprometido
com o nosso bem-estar e com o bem-estar daqueles que virão depois de
nós. Vossa excelência, agora, é um Guerreiro do Paraná.
Parabéns”.