Projeto da Mata Atlântica obtém consenso
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Produtores rurais,
ambientalistas e deputados chegaram hoje (27) a um consenso no Grupo de Trabalho
encarregado do projeto da Mata Atlântica (Projetos de Lei 285/99, do ex-deputado
e atual ministro do Trabalho Jaques Wagner, e 3285/92, do ex-deputado Fábio
Feldmann (PSDB-SP). A matéria tramita há onze anos na Câmara.
A coordenadora-geral da Rede ONGs Mata Atlântica, Miriam Prochnow, explicou
que os ambientalistas tiveram de ceder bastante para obter consenso sobre os
pontos polêmicos da proposta.
Os ambientalistas cederam em três questões importantes: os loteamentos
em áreas urbanas da Mata Atlântica, a utilização
de áreas da Mata para a produção e a possibilidade do corte
raso da floresta no início de sua regeneração. A proposta
deverá ser votada pelo Plenário até a próxima quarta-feira
(3).
Loteamentos e corte raso - "As ONGs abriram mão de muita coisa nesses últimos dois dias. O projeto não é mais o dos nossos sonhos, é apenas o possível. Mas nós não poderíamos ficar outros onze anos discutindo", disse Míriam. Na reunião, ela defendeu a proteção integral da floresta, e não só no litoral, argumentando que as espécies nativas interagem em toda a Mata Atlântica. "A população do interior deve ter os mesmos benefícios e incentivos para preservar a Mata Atlântica. Os remanescentes florestais do interior precisam ser mais preservados que os do litoral, porque foram os mais atacados", afirmou. A ambientalista defendeu a produção sustentável e o ecoturismo, como já é feito em Joinville (SC).
Manter a produção
- O representante da Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB), Ramon Damoeda, disse que a preocupação dos produtores é
com a abrangência da Mata Atlântica e com a manutenção
das atividades econômicas já existentes. Ele questionou onde os
produtores vão poder plantar porque o projeto aumenta muito a dimensão
estipulada pelo IBGE para a Mata. De acordo com os deputados que participaram
da reunião, os produtores rurais poderão continuar seus plantios,
pois a futura lei não vai engessar o desenvolvimento econômico,
e sim regularizar a utilização do território de forma sustentável.
(Fonte: Agência Câmara)