Professor mostra benefícios dos transgênicos
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Doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de Barcelona (Espanha), Menossi, reúne informações e pesquisas sobre o tema desde 1990. Em sua palestra, mostrou relatos contundentes de benefícios decorrentes da adoção da tecnologia dos organismos geneticamente modificados (OGMs), falou sobre a redução da carga de pesticidas no meio ambiente, sobre o aumento da área de transgênicos cultivada no mundo (que cresce 12% ao ano) e sobre o preconceito que o assunto é tratado no Brasil. Falar de vantagens dos transgênicos no País é o mesmo que tratar das vantagens da bomba atômica, diz.
Benefícios ao ambiente - Entre os benefícios de alimentos citados por Menossi, a redução de agrotóxicos jogados na natureza são os mais importantes. Na China, deixaram de ser despejados no meio ambiente 125 mil toneladas de inseticidas entre 1999 e 2001. O ganho do agricultor foi de US$ 200/hectare. Nos Estados Unidos, o governo economizou US$ 2,5 bilhões em tratamento de água com a redução de 9,7 mil toneladas de herbicidas em 2001. Do total dos transgênicos no mundo, 76% é resistente a herbicidas, 17% resistente a insetos e 7% resistente a ambos. O professor afirma que 62,2% da soja cultivada no mundo é transgênica, 21,1% de milho, 11,5% do algodão e 5,1% da canola. "Nos EUA, 70% da soja e do algodão são transgênicos. Na Argentina, quase 100% da soja é transgênica".
Na Europa, consumir não é proibido - No mercado europeu, o Brasil leva a vantagem de oferecer o grão convencional, pois na Europa é proibido o cultivo de transgênicos. Em relação ao preço, contudo, não há diferenciação. Se o Brasil liberar a cultura transgênica a Europa vai ter que mudar, frisou o professor. Segundo ele, na Europa é proibido plantar, mas não consumir, desde que esteja especificado no rótulo do produto. Menossi diz ainda que a soja e o tomate transgênicos possuem isoflavona, substância que ajuda a combater o câncer. A batata transgênica absorve menos óleo durante a fritura e já há milho com vitamina C. O pesquisador também alerta para o abastecimento de alimentos. Segundo levantamento da Nasa, a área cultivada no mundo mantém-se em 600 milhões de hectares desde 1950. Fomos intervindo de foram brutal na natureza manipulando os produtos geneticamente. Mas o aumento médio de produtividade nas lavouras do mundo é de 1% ao ano, índice insuficiente para suprir a demanda crescente, diz. Segundo o professor, vai faltar alimento até 2050. A biotecnologia é uma das alternativas para resolver esse problema.
Resultado da pesquisa deturpado- Menossi critica a forma como o transgênico é visto no Brasil. Uma pesquisa de opinião pública realizada no País entre março de 1997 e setembro de 2002 pelo Greenpeace revela a desinformação: 66% não ouviu falar sobre o assunto e 81% estão insuficientemente informados sobre biotecnologia. No entanto, 74% não consumiria alimento transgênico. Outra contradição é que 70% do público entrevistado respondeu que consumiria esses alimentos. No Brasil, fazem coro com Menossi na defesa dos transgênicos 20 ganhadores do Prêmio Nobel, além da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Academias de Ciência do Brasil, e governos de países como China, EUA e Japão.