Produtores e cooperativas preparam protestos para o dia 31 de maio

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Produtores e a bancada ruralista anunciaram ontem na Agrishow 2005 que irão promover no próximo dia 31 de maio, uma manifestação nacional contra a política macroeconômica do governo. No Mato Grosso a mobilização começa hoje com atos programados em 40 municípios, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato). O presidente da entidade, Homero Alves Pereira, disse que o Estado já perdeu R$ 3 bilhões em decorrência do câmbio, logística deficitária e o lobby que impede a importação de produtos agroquímicos a preços até 50% menores de países do Mercosul. Segundo Pereira, com a diminuição do crédito rural pelo governo, o produtor passou a depender mais do financiamento de trading e indústria de insumos, uma das razões hoje do endividamento do setor. "Estamos fragilizados", diz. "Compramos insumos a um câmbio de R$ 3,00 e estamos vendendo a produção com dólar a menos de R$ 2,50. É um total descasamento", reclama.

Renegociação - Já o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou que as manifestações dos gaúchos já começaram com os protestos das últimas semanas e que cada entidade estadual irá organizar o protesto geral da forma que achar melhor. "Nós esperamos contar com a ajuda da indústria e do comércio que também são prejudicados", disse. Segundo o presidente da Farsul, a intenção dos produtores não é obter perdão de dívidas e sim obter dos bancos novos aportes para o setor. "Não existe esse negócio de discussão caso a caso, pois os bancos impõem juros altos nessas renegociações e não há novas linhas de créditos", disse Sperotto. "O governo e os produtores vivem buscando esse aporte que nunca existe", completou.

Paraná – Produtores, sindicatos e cooperativas paranaenses já estão se mobilizando também, no sentido de promover manifestações no dia 31 de maio, semelhantes as que acontecerão no Mato Grosso e Rio Grande Sul Duas delas já estão sendo organizadas, na região Noroeste (Campo Mourão) e no Norte (Londrina), com a finalidade de sensibilizar as autoridades para o problema social e econômico vivido atualmente pelos produtores rurais. Somente no Paraná as perdas chegam a R$ 2,33 bilhões, fazendo com que produtores e cooperativas não possam saldar seus empréstimos.

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