Produtores do PR pedem liberação de R$ 500 mi para milho safrinha
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Os agricultores começaram a semear as lavouras de milho safrinha, mas até agora o Ministério da Agricultura ainda não definiu as regras para financiamento desta cultura. Este fator, de acordo com o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), pode afetar a produtividade das lavouras paranaenses, que têm potencial para injetar R$ 1,4 bilhão na economia do estado. Os agricultores, sem dinheiro, podem optar por usar tecnologias já superadas ou então atrasar o plantio, o que aumenta o risco de perdas (por causa do frio). A entidade afirma que seria necessária uma liberação de R$ 500 milhões do Banco do Brasil para custear os 1,45 milhão de hectares que serão dedicados ao milho safrinha no Paraná em 2004. Como se trata de um financiamento rural, a taxa de juros seria de 8,75% ao ano, segundo a Ocepar. Os produtores reivindicam que esses recursos sejam liberados dentro do Proagro - espécie de seguro que garante o pagamento dos valores financiados mesmo que ocorram perdas na lavoura. Com o aumento do preço da soja no mercado internacional, a colheita de inverno (safrinha) se torna cada vez mais importante para garantir o abastecimento do produto no país, segundo o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski. "Hoje, quase a metade do milho é colhida na safrinha. Das 13 milhões de toneladas a serem colhidos no Paraná, 6 milhões virão da safra de inverno", comenta.
Produção nacional - O Paraná responde hoje por quase 30% do milho colhido em todo o país - neste ano, a produção brasileira deve ficar em 45 milhões de toneladas, segundo Koslovski. Entretanto, o volume será 2 milhões de toneladas menor do que o de 2003, de acordo com o presidente da Ocepar, uma vez que muitos produtores migraram para a soja. Somente no Paraná, a redução na produção de milho será de 700 mil toneladas. O grande problema do setor agrícola atualmente, na opinião de Koslovski, é a falta de uma política de médio prazo. "As regras de financiamento poderiam ser definidas para um período de três anos. Com regras definidas, o agricultor pode se programar melhor." O Banco do Brasil e o Ministério da Agricultura foram procurados ontem pela Gazeta do Povo e se comprometeram a repassar hoje informações sobre as regras de financiamento. (Fonte: Gazeta do Povo)
Apoio parlamentar
- O deputado federal Max Rosenmann encaminhou aos ministros Antonio Palocci,
da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento e Roberto Rodrigues, da Agricultura,
o documento onde a Ocepar reivindica a definição das regras de
financiamento para o milho safrinha. Na correspondência, o parlamentar
solicita "especial apoio" dos ministérios na solução
dos entraves que tem preocupado os produtores e podem comprometer a estimativa
de plantio da cultura, que no Paraná deve atingir 1,45 milhões
de hectares, ultrapassando pela primeira vez a área do milho de primeira
safra.