Produtores de álcool querem terminal de líquidos
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Dirigentes das 27 usinas e destilarias paranaenses reuniram-se nesta terça-feira com o governador Roberto Requião, no Palácio Iguaçu, para pleitear junto ao governo a instalação de um terminal de líquidos no Porto de Paranaguá. O presidente da Alcopar, Anísio Tormena, afirmou que as perspectivas de aumento das exportações de álcool paranaense nos próximos anos tornam imprescindível a existência de uma estrutura apropriada. “Os mercados estão sendo abertos e o setor vai precisar ter agilidade e estrutura para o embarque do produto”, frisou. Nos últimos anos, ao mesmo tempo em que investiu na elaboração de estudos e projeto para a construção de um terminal, a Alcopar mobilizou-se para ampliar as vendas no mercado internacional, aproveitando o interesse de países em utilizar um combustível menos poluente.
Expansão do mercado - O governador Requião é reconhecido como parceiro do setor e foi o idealizador e coordena, desde o seu início, a Coalizão dos Estados Produtores de Etanol, criada em setembro de 2003, voltada principalmente a expandir o mercado internacional do produto. Na reunião hoje os representantes das indústrias de açúcar e álcool informaram ao governador que as exportações brasileiras de álcool devem encerrar a safra 2004/05 com volume ao redor de 1,5 bilhão de litros. Se confirmadas, as exportações terão um incremento de 70% sobre os volumes negociados no ciclo 2003/04, de 890 milhões de litros. “O mercado externo está muito promissor. Não estamos sendo otimistas, mas realistas”, afirmou o presidente da Alcopar.
Compradores - Os negócios com álcool combustível começaram a ganhar corpo nos últimos dois anos diante do interesse de alguns países efetuar a mistura de álcool na gasolina. Hoje, os principais destinos do álcool carburante brasileiro são os países do Caribe, onde o produto é reindustrializado e reexportado para os Estados Unidos, e para os próprios EUA. E há sinalização de negócios para os mercados europeu e asiático. Cálculos do setor mostram, por exemplo, que a aprovação da mistura de 3% do álcool na gasolina, ainda a ser regulamentada, deverá gerar uma demanda, no Japão por 1,7 bilhão de litros de álcool.
Produção
- O Paraná deverá produzir 1,2 bilhão de litros de álcool
na safra a ser colhida até o final do ano. O volume ficou praticamente
o mesmo do ano passado em função de depois de problemas com o
clima, que reduziram as projeções em torno de 6%. Contar com um
terminal próprio de embarque de álcool vai garantir, além
da agilidade, custos mais competitivos para o produto. Anísio Tormena
cita como exemplo a experiência do setor sucro-alcooleiro paranaense com
a exportação de açúcar. A partir de 2002, quando
passaram a contar um terminal portuário próprio em Paranaguá,
as empresas produtoras deixaram de depender de terceiros e conseguiram reduzir
os custos da operação em 50%. Para este ano, a previsão
é que 1,5 milhão de toneladas das 1,8 milhão a serem produzidas
este ano no Estado sigam para o mercado externo, contra 1,2 milhão de
toneladas de 2003.