Produtor paranaense continua jogando fora o leite

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Para os produtores de leite dos Campos Gerais, a flexibilização sanitária determinada pelo governo federal não altera a rotina de prejuízos. Enquanto os estados de São Paulo e Minas Gerais não autorizarem oficialmente a entrada do produto in natura, o custo da pasteurização ainda será bancado pelas cooperativas paranaenses. Sem esquecer que problemas de logística, como falta de espaço suficiente para armazenamento, continuam provocando casos isolados de leite sendo jogado fora.

Prejuízos - “A situação foi amenizada, mas ainda acontece”, relata o coordenador de produção leiteira da cooperativa Castrolanda, Rogério Wolf. A cooperativa precisou agir rápido e organizar um esquema de distribuição para evitar mais desperdícios. Parte da produção está sendo pasteurizada em empresas de Carambeí, Ponta Grossa e Londrina para que possa ser encaminhada aos laticínios dos estados vizinhos. “Não conseguimos recuperar esse gasto, que é de R$ 0,05 por litro”, acrescenta. Além disso, algumas indústrias não estão aceitando nem mesmo o leite processado. Somente em oito dias de outubro, os cooperados da Castrolanda amargaram R$ 1 milhão em prejuízos com leite derramado e custos adicionais de produção, transporte e armazenamento. E as perdas devem ser ainda maiores este mês. O valor total só deve ser conhecido no final de novembro.

Auxílio - Não bastasse a dificuldade de escoar a produção diária, o setor leiteiro ainda está preocupado com os efeitos da crise a médio prazo. O governo estadual já anunciou que não cogita a possibilidade de indenizar os produtores. Outras formas de auxiliar os pecuaristas estão sendo avaliadas. Antes do anúncio das suspeitas de febre aftosa, toda a produção diária nas cidades de Castro e Carambeí, de cerca de 600 mil litros, era repassada diretamente às indústrias paulistas. Outra fonte de preocupação é o preço do produto. O valor já estava em queda por conta da superprodução e da diminuição das exportações – por causa do dólar baixo – e os pecuaristas temem que o preço caia ainda mais. (Gazeta do Povo)

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