PRODUÇÃO FLORESTAL: Setor traça expansão no Paraná
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Responsável por 7% do Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola do Paraná em 2011, o que equivale a R$ 3,2 bilhões, o cultivo florestal projeta para si um futuro promissor. Estimulados pelas discussões do 4.º Congresso Florestal Paranaense, que voltou a ocorrer após 21 anos e terminou na sexta-feira (14/09), em Curitiba, os agentes planejam expansão das florestas plantadas, que ocupam 850 mil hectares.
Interação - Nos últimos anos, a falta de interação entre os agentes e a ausência de políticas voltadas ao setor florestal teriam feito com que a cadeia tivesse um crescimento sonolento. De acordo com Carlos Mendes, diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), essa condição deve mudar graças ao surgimento de linhas de crédito e estímulos à produção. “Na última década faltaram investimentos, o que mudou o rumo do setor florestal e dificultou o desenvolvimento das empresas. Agora a condição no estado é favorável, o que deve retomar o crescimento”, afirmou.
Plano estratégico - Como forma de orientar a expansão da cadeia, está sendo estabelecido um plano estratégico que envolve avanços na pesquisa e capacitação dos agentes. Além disso, por meio de uma parceria entre a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), será realizado um inventário que pretende mapear as florestas e o perfil de consumidores dos produtos.
Entraves - Apesar do cenário progressista, os agentes elencam entraves que ainda precisam ser contornados para melhorar o desempenho do setor. Um dos empecilhos seria a legislação ambiental, fortemente atrelada a esse segmento, conforme a coordenadora do Programa de Monitoramento Ambiental em Microbacias (Promab), Carolina Rodrigues. “Às vezes o setor florestal se sente sobretachado, com a sensação de que a cobrança acerca dessas normas é muito maior do que na agricultura de um modo geral.” A logística também preocupa, sobretudo em relação às estradas vicinais, acrescenta Mendes. “É de lá que sai a produção, e todo dia. O setor florestal transporta para consumo, diferente da agricultura que transporta para estoque”, avalia o diretor-executivo da Apre.
Políticas - A adoção de políticas para o desenvolvimento da cadeia é defendida pelo empresário Ivan Tomaselli, diretor da STCP, que atua na área de consultoria e projetos florestais. “O setor teve um desenvolvimento fantástico, mas não podemos nos acomodar. Políticas de incentivo à evolução florestal e industrial são essenciais”, pontua. (Gazeta do Povo)