Governo e empresários estão certos de que será necessário importar milho para suprir escassez do produto em janeiro, uma vez que a produção brasileira da safra passada já é considerada insuficiente para atender à demanda e o plantio da safra 2002/03 está atrasado devido à estiagem. A falta de milho, porém, ocorrerá em pontos específicos do País, afetando principalmente as regiões Nordeste e Sul, e somente a partir da segunda metade de janeiro. O titular da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, discutiu ontem em Brasília o problema com representantes do setor privado e autoridades das regiões onde a falta de milho causará impactos mais fortes. "A única saída é a importação", disse o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffmann, admitindo que o plantio de milho em terras gaúchas já está atrasado e que isso prejudicará o cultivo do milho safrinha.
Desabastecimento - O Ministério da Agricultura trabalha com a hipótese de pequeno desabastecimento no final de janeiro e reequilíbrio da oferta a partir de fevereiro, quando deve começar a colheita da nova safra. O déficit no abastecimento de milho é estimado entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam que a produção de milho de 36 milhões de toneladas é insuficiente para atender à completa demanda da indústria de aves e suínos, que cresceu 11% este ano, na comparação com igual período do ano passado. A restrição na oferta de milho no mercado já causou impacto nos preços. Hoje, a saca com 60 quilos do produto está sendo negociada por valor entre R$ 25 e R$ 27, segundo informações dos técnicos do ministério. (Fonte: Clipping OCB/Gazeta Mercantil)