Presidente da Ocepar avalia reuniões de núcleos cooperativos

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Durante o mês de abril o Sistema Ocepar/Sescoop-PR realizou quatro reuniões de Núcleos Cooperativos. Estes encontros tiveram início pela cidade de Londrina, no dia 13, quando representantes das cooperativas dos Núcleos Norte e Noroeste se reuniram na sede da Sociedade Rural do Paraná, durante a realização da Feira de Londrina, tendo como anfitriã a cooperativa Integrada. Os encontros prosseguiram na semana passada, dia 26 representantes do Núcleo Sudoeste reuniram-se em São João, sede da Cooperativa Coasul. Já na terça-feira (27) foi a vez do Núcleo Oeste encontrar-se em Toledo, onde a anfitriã foi a Cooperlac. O último aconteceu em Ponta Grossa, dia 28, que sediou a reunião do Núcleo Centro-Sul, tendo como anfitriã a Sicredi Campos Gerais. Além do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, participaram das reuniões de núcleos cooperativos, o superintendente, José Roberto Ricken e o gerente de desenvolvimento e autogestão do Sescoop-Paraná, Gerson Lauermann.

Avaliação - Na opinião do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski estes encontros foram extremamente produtivos e contaram com a presença de 264 lideranças, as quais puderam debater temas de interesse do sistema cooperativista paranaense. Entre os assuntos abordados, Koslovski destaca a proposta da Ocepar coordenar discussões para elaboração de um planejamento estratégico para os próximos cinco anos. "A participação expressiva de dirigentes e profissionais do sistema permitiu que aprofundássemos a idéia de implementarmos um Plano de Ação, que intitulamos de Paraná Cooperativo 2010, aonde iremos no decorrer deste ano, debater com todas as cooperativas para que possamos planejar a evolução do sistema para os próximos cinco anos. Nossa meta é planificar ações futuras, onde queremos chegar e que condições necessitamos para isto?", salienta. Ele salienta de que não será uma tarefa fácil, mas com a união de todos neste objetivo será possível ter sucesso mais uma vez, como já aconteceu no passado. "Entendemos que o desafio é grande na busca por recursos, principalmente para o setor de agroindustrialização, investir mais na capacitação e treinamento de pessoas, que são dois focos importantes para podermos consolidar um plano que realmente atinja o objetivo que é uma melhor distribuição de renda no campo", afirmou o presidente.

Vertente - O presidente da Ocepar afirmou que as reuniões de núcleos tornaram-se uma vertente para que o sistema venha debater os principais assuntos de interesse comum. Ele lembra de que através destas reuniões que surgiram propostas, como por exemplo, a criação do Recoop - Programa de Revitalização das Cooperativas de Produção Agropecuária, Sescoop - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, Prodecoop entre outros e que se viabilizaram graças ao apoio da OCB, da Frente Parlamentar do Cooperativismo e do governo. "Além de democratizarmos o processo de discussão, as reuniões de núcleos também servem como um verdadeiro fórum de debate. Para se ter uma idéia, nas reuniões deste ano iniciamos um debate sobre uma proposta, a qual, já foi discutida por um grupo de trabalho em Brasília, que é o programa de capitalização das cooperativas de todos os ramos e que existe uma sensibilização em nível de governo para que realmente se efetive. São discussões que enriquecem o posicionamento de reivindicação e de defesa do sistema como um todo", destacou Koslovski.

Modelo de gestão - Durante as reuniões de núcleos também foram apresentados outros assuntos, como a edição de uma revista para o sistema e a divulgação do "Prêmio Ocepar de Jornalismo 2004", que teve uma amplo apoio das cooperativas presentes. Como é de costume, também nestas reuniões de núcleos além de discussões internas, os dirigentes também tiveram oportunidade de assistir palestra do professor da Universidade de São Paulo (USP), João Luiz Passador falou sobre o tema: "modelo de gestão". Segundo Passador, esta sistemática adotada pela Ocepar é excelente, afinal proporciona a todos os dirigentes a oportunidade de participar das decisões da entidade. "Numa época em que se fala tanto em novas tecnologias online, nada substitui o contato pessoal, chamado olho no olho. O cooperativismo paranaense está de parabéns pela organização do sistema em núcleos, tanto é verdade que a própria OCB já adotou esta sistemática de nucleação também de forma regional em todo o País", lembrou.

Concentração - Com relação ao tema de sua palestra, Passado afirmou que as cooperativas do Paraná estão bastante avançadas na questão de gestão. "O grande diferencial das cooperativa para as empresas comuns está no controle acionário, enquanto no cooperativismo todos os cooperados são os donos, nas empresas este controle muitas vezes é feito de forma concentrada, detém a grande parte das ações, ou seja, apenas por um grupo de pessoas, muitas vezes com o mesmo vínculo familiar. O mesmo indivíduo é o executivo, que também é o presidente do conselho de administração e seu filho é o presidente do Conselho Fiscal, o que significa um alto risco para o negócio. Muitas empresas tem falido por este motivo, decisões centralizadas em poucas pessoas. As melhores práticas administrativas são diferentes disso, onde a participação acionária está nas mãos de diversas pessoas. Aqui no Brasil, esta tendência inovadora, está nas mãos das cooperativas, especialmente as paranaenses, onde cada cooperado é um voto, são um grande exemplo de profissionalização e de seriedade. As cooperativas são um marco e um bom exemplo modelar para o Brasil como um novo modelo de administração", destacou.

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